É esquisito, mas de repente, assim, do nada, você olha para
aquela pessoa que está ao seu lado e percebe que tudo acabou. Acabou o encanto e nada sobrou. As horas
passam a ser intermináveis e involuntariamente você se torna o maior dos
atores, fingindo 24 horas por dia, inclusive para você mesmo, que não consegue
se conformar por não sentir mais nada.
Os intervalos silenciosos entre vocês, que antes
praticamente não existiam, agora duram longos segundos, minutos até. A ausência
do outro, que antes era motivo de sensações de saudade, angústia, preocupação
ou chateação, é subitamente substituído por um abençoado sentimento de alívio.
E você é tomado por um desespero, pois se sente vazio,
justamente por não saber compreender que o que existe dentro de si é exatamente
um espaço oco que antes fora tão prazerosamente preenchido pelo antigo objeto
de desejo.
Você se sentirá sujo, crápula, mau-caráter e mais uma
vez desesperado, pois passa a viver uma vida de mentira, iludindo e enganando o
outro por não ter coragem de assumir o desamor e consequentemente pela
possibilidade de ferir de morte aquele que ainda traz dentro de si tanto
sentimento.
Apesar de lutar bravamente, você nem sempre consegue
disfarçar a indiferença pelo outro. Logo, logo virão as cobranças e as
terríveis indagações feitas por aquele já foi o amor da sua vida sobre a
mudança do seu comportamento, bem como das suas atitudes em relação à vida á
dois.
Os sentimentos são confusos e se alternam entre o pesar de
ver algo que antes era tão valioso perder o brilho e a raiva, por não conseguir
fazer com que as coisas voltem ao que eram antes.
Você se sente impotente e profundamente injustiçado!
Você se sente impotente e profundamente injustiçado!
Pois é...Todos os companheiros que já viveram um
relacionamento estável, pensam e repensam ao responder, qual das duas situações
é a pior: deixar ou ser deixado. Mas inegavelmente, quem deixou um
relacionamento e que viu o amor se acabar repentinamente, quem verdadeiramente
se entregou e amou, sofre de maneira intensa ao passar por esta situação.
Porque só quem amou de verdade, consegue sofrer intensamente
a dor daquele que deixou de ser amado. Porque sabemos que quem nos ama não
merece sofrer, mas não temos culpa por amar ou deixar de amar.
E por mais que se tenha cuidado e cautela, o sofrimento do
parceiro é inevitável nesta triste situação. E isso dói, porque se amamos de
verdade, não gostaríamos de fazer o outro sofrer.
Mas até nessa hora fatídica, pode-se identificar a
existência daquilo que foi um verdadeiro amor. O momento do término de um
relacionamento revela (e muito) a intensidade do sentimento que foi
vivenciado.
Porque o verdadeiro companheiro, mesmo no momento da
separação terá o cuidado e o zelo necessários para com aquele que é deixado,
tentando (ainda que impossível seja) minimizar a sua dor.
E é nesse momento que se difere um homem de um moleque.
Porque um homem de verdade sofrerá e tentará, ainda que
incompreendido, explicar o porquê da separação, guardando o cuidado necessário
para não causar maiores sofrimentos. Tentará não se acovardar e não alimentará
as esperanças daquele que ainda ama e sofre absurdamente as dores do abandono.
Saberá “retirar-se de cena”, de cabeça erguida, levando
consigo a possibilidade do arrependimento, mas a certeza de que agiu da melhor
maneira possível, apesar das óbvias dificuldades que envolvem a situação.
Por isso meus amigos, aí vai a dica preciosa deste post:
quando você perceber que o encanto se foi, que a convivência não é mais
possível, e que a única saída viável é por um ponto final no relacionamento,
entenda que o sofrimento de ambos será inevitável. Não existe fórmula para isso, mas não se esqueça
de enxergar na sua frente alguém que merece ser acima de qualquer coisa, respeitado.
Não humilhe, não maltrate e não despreze. Aguente as consequências bem como as
reações. Não iluda, nem alimente algo que não existe mais. Tente não dar falsas
esperanças, nem fazer promessas vazias sobre uma possível reconciliação. Isso é maldade.
Lembre-se que aquela pessoa "segurou a tua barra" em momentos difíceis, te dando apoio e compreensão.
Lembre-se que aquela pessoa "segurou a tua barra" em momentos difíceis, te dando apoio e compreensão.
Saia com dignidade. Seja humilde. Se o respeito não foi
perdido, tente ao menos salvar a amizade. E se necessário for, baixe a cabeça e
tente ouvir o que será dito calado. Porque nessa hora, o outro merece desabafar.
Respeite o luto daquele que foi deixado. Suma por uns
tempos. Dê ao outro o direito de ficar só e reconstruir a vida. Por mais que
doa, no futuro isso será lembrado como um ato de nobreza da sua parte. Não
ligue, não procure saber da dor do outro. Isso não vai ajudar. É difícil, mas é necessário.
E um dia, depois das voltas que essa vida dá, depois das
cabeçadas, das alegrias, tristezas, conquistas e derrotas, depois do
amadurecimento gerado pelos anos e pela experiência apreendida em outros relacionamentos, o destino vai te mostrar, com
certeza, o quanto valeu a pena saber comportar-se nesta hora como um homem de
verdade!