Desde ontem venho pensando: E homem sofre? CLARO QUE SIM! E MUITO!!! Eu por exemplo, não queria estar na pele de vocês! Apesar de todos os pesares, na próxima encarnação, quero vir mulher de novo! Mulheríssima! Eu fico imaginando o que vocês passam para conseguir sustentar a imagem de fortaleza que a sociedade colocou sobre seus ombros. A idéia do homem provedor, inabalável, o protetor que seguia de cabeça erguida, um verdadeiro escudo de proteção da mulher, dos filhos e da casa!
Bons tempos aqueles, né...?
Aos poucos a emancipação feminina exigiu que o homem se transformasse para se adaptar à nossas mudanças. Queríamos a nossa liberdade acima de tudo, e conseguimos! E hoje somos fortes, tendo inclusive chegado á presidência da República!
E os homens? Como ficaram os homens diante desse quadro?
De acordo com as opiniões femininas, os homens após um período de perplexidade, se acomodaram confortavelmente em seu camarote, assistindo a mulherada se acostumar com a liberdade que tanto quis e que com a qual vocês já estão acostumados há séculos! Vocês presenciaram a nossa mudança de comportamento, observando que a mulher passou a tomar a iniciativa na conquista e no término dos relacionamentos, deixou de depender economicamente do homem, conquistou o seu lugar no mercado de trabalho, assumiu a responsabilidade da casa, dos filhos, tornou-se provedora, passou a exigir o seu lugar na sociedade, a ocupar lugares de destaque nos cenários político, artístico, econômico e intelectual. Enfim a mulher mostrou que o vinculo de dependência milenar existente entre os sexos feminino e masculino simplesmente perdeu a sua razão de ser.
Curiosamente o homem tomou a estrada inversa: diante da nova mulher, permitiu-se ser frágil. Permitiu-se chorar e finalmente cuidar dos filhos, trocar as fraldas, preparar as mamadeiras e a lição de casa, cozinhar, fazer a faxina e o supermercado. Permitiu-se inclusive a ganhar menos e deixar de ser o único provedor da casa. Vivenciou a insegurança diante de uma mulher auto-suficiente e desejada por outros homens, sentindo medo de ser substituído, de perder, de ser traído, de ser ferido, da solidão, de envelhecer e também de morrer. Permitiu-se assim experimentar um pouco da fragilidade da mulher para tornar-se mais homem, lutando ainda contra vergonha de expor esta mesma fragilidade diante de uma sociedade machista que ainda exige a continuidade da imagem ultrapassada de super-macho! Coitados...rss!
E depois de tudo isso, ainda perguntam: "Será que o homem sofre?" Olha, eu tenho certeza que sim. E você???