quarta-feira, 13 de agosto de 2014

A amiga sumida!

Aquela sua amiga inseparável arrumou um namorado e de uma hora para outra sumiu da sua vida, evaporou...

Vocês nunca mais saíram, ela não dá mais as caras, deixou até de ligar...

Logo vocês, que se falavam todos os dias e conversavam sobre todos os assuntos,  agora por conta de um estranho, nem se veem mais...!

Dentro dessa perspectiva, é natural que você fique magoada e até possessa.

E que na primeira oportunidade, jogue na sua cara todas as suas faltas, alegando que ela está ausente, sumida, que esqueceu dos amigos, que está “se achando” só porque está namorando, “que não se troca amigos verdadeiros por nenhum homem”, “que estará esperando quando ela quebrar a cara”... enfim, todas aquelas frases de efeito, muito amarguradas que só os amigos “abandonados” por conta de um novo namorado sabem dizer...! (kkkkk)

Mas eis que um dia, a amiga até então sumida, já sabendo das suas queixas feitas para os amigos em comum, resolve ligar como se nada tivesse ocorrido, e naquele momento você constata ao ouvir aquela vozinha alegre, cheia de empolgação e tranquilidade, que nem o breve afastamento, nem as suas declarações maldosas feitas à terceiros, nem tão pouco as inúmeras noites mal dormidas e divertidas, recheadas de amor e sexo vigoroso proporcionadas por um novo namorado, abalaram a amizade que existe entre vocês.

E de repente, todas as suas mágoas e rancores, como num passe de mágica desaparecem instantaneamente, tão e simplesmente porque no fundo, no fundo, por mais que esta “ingrata” esteja afastada, tudo o que queremos é ter a certeza de que ela está feliz, se sentindo bem amada e cuidada!

Por isso, se você se identificou com a amiga “abandonada” deste texto, faça o favor de relevar o sumiço dessa sua amiga que voltou a namorar recentemente...!

E entenda de uma vez por todas que aquela frase dita por você num momento de mágoa ou desabafo, do tipo “não se troca amigos verdadeiros por nenhum homem” é a mais pura verdade,  que a amiga sumida sabe muito bem disso e que logo, logo vai voltar!

Você sabe que esse sumiço é apenas aquela deliciosa empolgação do começo do relacionamento...!

Assim, esforce-se só um pouquinho para simpatizar com o homem de sorte que agora é namorado da sua amiga. Não se esqueça que você a conhece muito mais que ele, que divide segredos que ele jamais saberá e que você também pode ajudar este namoro a dar certo! Faça a sua parte!

Mas seja humilde para reconhecer também que determinados aspectos da personalidade da sua amiga serão conhecidos agora só por ele...Coisas que você, mesmo depois de anos e anos de convívio, nem sequer imagina!

E no final das contas, independentemente de como as coisas vão se desenrolar nesse namoro, se faça presente sempre que der, afinal, VOCÊ também sabe e já passou por isso, vamos combinar e tenho certeza que de uma coisa você não duvida: esse sumiço do começo do namoro é natural, e bom demais!
 



terça-feira, 12 de agosto de 2014

Quando uma mulher decide romper...

Antes de qualquer coisa, antes de começar a escrever este texto, quero lembrar aos leitores de uma coisa: estamos em pleno século XXI, ok? O que vocês vão ler agora aqui, não é uma reprodução de um texto do século XIX, mas tão e simplesmente o relato de uma situação atual, vivenciada por milhares de mulheres, todos os santos dias, em qualquer lugar do mundo. Então vamos lá:  vamos falar sobre a decisão de romper o casamento.

Alguns devem estar se perguntando: “mas por que tanto exagero para tratar de um assunto tão banal assim?”, “por que tanto suspense para falar de algo tão comum em nossa sociedade?”. Pois é, eu também estaria surpresa com o tema, se não constatasse de perto, a forma absurda como é tratada a mulher que decide colocar um ponto final num casamento já fracassado (ou aparentemente feliz).

Confesso que já me sinto extremamente cansada dessas discrepâncias de tratamento existentes na sociedade em relação aos homens e às mulheres e quando o assunto converge para a decisão de terminar um casamento, principalmente quando existem filhos e quando esta escolha parte da mulher, a coisa fica feia, aliás, fica feíssima!!!!

E o que era ruim piora quando a questão invade a esfera patrimonial pois além de ganhar a pecha de “louca”, “insana”, “traidora”, “imatura” por decidir terminar um casamento, quando a mulher busca a divisão dos bens havidos durante a união, ainda ganha outros adjetivos como “interesseira”, “oportunista”, “preguiçosa” e outras coisas do gênero.

Imagine então quando a questão é analisada levando em consideração a situação dos filhos! A mulher encara a faceta de “desnaturada”, “irresponsável”, “egoísta”, “individualista” ou “péssima mãe”!

E tudo isso somente porque resolve acabar com uma situação insustentável que já não lhe trazia felicidade...inclusive para o companheiro!

Depois da decisão tomada e achando que o pior “capítulo” dessa “novela” já terminou, a mulher não faz a mínima ideia das inúmeras outras provações que ainda terá de aguentar por conta da livre decisão em romper um casamento: olhares de piedade, olhares de reprovação, mudanças repentinas no comportamento daquelas que outrora eram consideradas “amigas”, cantadas vindas dos amigos do ex-marido, a exclusão de programas destinados somente aos “casados”, aquele medo inexplicável que algumas esposas e namoradas têm das mulheres divorciadas por acharem que estas últimas são verdadeiras “devoradoras” de homens (solteiros e casados), fofocas, preconceito, ou seja, tantas coisas tolas e pequenas que só quem passou por essas situações sabe exatamente  aferir.

E no dia em que esta mulher estiver disposta a ter um casinho, um namorado ou outro marido até, pode ter certeza que vão mais uma vez apontar o dedo e deduzir: "tá vendo...? Já tinha outro!"...!

No final das contas, é natural a sensação de indignação porque simplesmente constatamos uma dura realidade: para a sociedade a mulher ainda deve aguentar tudo, calada, pouco importando se ela é vítima de violência doméstica, se passa pelas piores humilhações dentro de casa, se ouve xingamentos, se passa por privações financeiras ou sentimentais ou se tem de suportar as traições e as farras do marido.

Para esta mesma sociedade, ela deve se conformar em ser traída, enganada, deve contentar-se em manter sua família à prova das mazelas que povoam seu casamento, ainda que isso lhe custe a sua própria felicidade. Deve manter um casamento infeliz porque infelizmente perdeu a sua identidade bem como a sua individualidade no momento em que assinou um papel na frente do Juiz. Deve por fim esperar se abandonada depois de 10, 20, 30 anos de dedicação a um único homem, quando não tiver mais sonhos nem aspirações a serem compartilhadas com um novo parceiro por conta das desilusões, para servir de mártir e exemplo para esta mesma sociedade, que finalmente lhe aplaudirá de pé ao lhe ver sozinha e infeliz, sem coragem e com medo de reconstruir a vida.