Fico
prestando atenção nos casais de hoje em dia. E tenho conversado muito com muita
gente. E também tenho observado um fenômeno impressionante: Meu Deus do céu, o
povo adora falar de chifre, será possível? Se a gente senta para falar com as
amigas, chifre. Se se assiste a novela das oito, chifre. Reunião de família?
Nem se fala: chifre! Cabeleireiro???? Prefiro nem comentar...! Jogo de futebol
com os amigos (não sou homem, mas tenho certeza que o assunto não é outro):
chifre! É tragicômico, mas hoje em dia é cada vez mais raro se ouvir falar do
casalzinho que depois de alguns anos de convivência se curte e se respeita sem
o malfadado chifre!
Parece
que existe uma torcida de chifrados invisíveis à espreita, esperando a chifrada
crucial, o momento de se dizer ao pobre ou à pobre recém integrante do time dos
cornudos o tão famigerado "eu não te
disse?", só pra se ter o gosto de demonstrar que a fraqueza humana
esta aí para quem quiser! E para quem já foi chifrado, saber que o time aumentou
é quase um regozijo, acompanhado de um prazer quase orgásmico...”coitado!”, se pensa, mas lá no fundo, lá
no fundinho da alma, pensa-se também “não
foi só comigo”! Credo... o ser humano é bicho cruel!
E
a coisa está séria, porque o chifre acabou sendo institucionalizado, de tão comum
que é!!! Claro, pois a partir do momento que a sociedade propaga que ninguém
está livre disso, “que todos os homens
traem” e que “mulher gosta é de dinheiro”,
ou seja, ditos popularescos de qualidade e origem extremamente duvidosos, mas
que habitam o cancioneiro popular era natural que regras fossem criadas, para
o popular chifre. Não acreditam?
Dia
desses participando de um absurdo diálogo, com uma conhecida, ouvi as seguintes
colocações:
“A gente sabe quando o homem ama uma
mulher, até na hora do chifre...!” (Quer
dizer que quem ama chifra...? Pode ser, né...?)
Vocês precisavam ver a minha cara...rsrsrs. Ela
continuou:
“Fá, o homem bom, quando chifra, trata
a esposa como uma rainha, dá presentes, elogia e nunca traz ‘problema’ da rua
pra dentro de casa”. (Nossa...que
homem bom...um santo, praticamente!).
Não
satisfeita, prosseguiu e eu, com a minha cara, claro, no chão, estupefata,
ouvia com atenção:
“E se encontrar com a puta na rua, vai fazer
que não a conhece, principalmente se estiver com a família, é claro...isso é respeito,
né? Pode apostar!” (Quanto
respeito tem esse homem dentro de si: trai a esposa e se encontra a amante na
rua, vira-lhe a cara, pois RESPEITA a companheira...puxa, quanta
nobreza, quanto respeito!)
“É mesmo? E o homem que não ama a
mulher? Como faz quando trai?”
Não aguentei e perguntei. Era o mínimo que podia fazer...rssr
“Ah, esse daí é sacana mesmo: humilha,
maltrata e ainda põe defeito em tudo que a coitada faz. Perde toda a
consideração. Critica, some, e ainda acha a mulher feia e claro, perde o tesão
pela esposa!”
Fiquei
chocada. "Que mundo é esse? Acho que vou morrer só...", pensei!
Sabe
gente, talvez ela tenha até razão, mas depois desse diálogo esquisitíssimo, eu me
pergunto: Será que já existe uma escala gradativa para a traição? Por acaso ela
ganhou níveis de gravidade ou banalidade? Será que existe a traição mais séria,
classificada como caso duradouro, a de brincadeira, a passageira, aquela por
esporte ou aquela que “foi só uma
curtição”? A da balada?
Olha,
eu posso até estar enganada, velha e ultrapassada, mas para mim, TRAIÇÃO SERÁ SEMPRE
TRAIÇÃO, sem gradações, sem porquês, sem delimitação temporal, pouco importando
se foi só por um dia, ou por vários anos. A gravidade é a mesma. Os estragos
idem. A ferida dói de qualquer jeito, a decepção marca da mesma forma e a
recuperação para quem sofreu, se iludiu e se decepcionou, é lenta e gradativa.
A experiência ensina, mas traumatiza e transforma para sempre,
independentemente da “intensidade” do ato.
Assim
como amor, sacanagem, desprezo e paixão, traição não tem tamanho, largura, grau
e intensidade. E ponto final!
E
sem mais palavras pessoal: PONTO FINAL MESMO!
2 comentários:
Fá, isso é grave de verdade... O assunto é moda e sempre foi, é só assistir Gabriela... Enfim, chifre é coisa seria e não é pra viver na boca do povo, pois ninguém está isento de levar e muito menos de colocar. Julgar não cabe a nós.
Querida Fábia, uma pergunta . Levar sem olhar é mais fácil de perdoar do que levar e olhar????
bjs
Prezada Carla, na minha sincera opinião, o problema o problema não se resume em olhar. O problema é saber! Concordo contigo em gênero, número e grau: ninguém está livre de levar e muito menos de colocar. Mas se for colocar, que pelo menos faça com discrição, escondido mesmo, porque expor o parceiro é sacanagem demais...! Para mim, preservar o outro é de lei, mas de preferência, ser fiel é a melhor alternativa.
Beijos, minha querida e obrigada por opinar no blog!
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