Então se passaram sete anos desde aquele encontro fatídico, quando ele olhou bem nos olhos dela e falou: "Encontrei a mulher da minha vida...!"
Ela, com ar de desdém de quem sabia tudo, lhe perguntou: "Ora, sou eu, não é?".
E ele, de maneira absurdamente tranquila respondeu calmamente: "Não...ela é maravilhosa e nos encontramos enquanto você estava viajando...Nos identificamos de cara!", disse ele, de modo feliz e evidentemente egoísta, como só as pessoas apaixonadas sabem ser, pouco se importando com o que aconteceria depois e com ela...
Depois desse dia, muita coisa mudaria na vida dos dois...
Ela sofreu, sofreu demais, e por conta disso, para aplacar a dor se atirou "de cabeça" nos altos e baixos da vida, subindo e descendo, sem pensar no dia de amanhã.
Ele casou com a sua nova paixão, constituiu família e pouco a pouco foi tentando levar a vida como qualquer homem normal.
Ela chorou muitas vezes e sentiu profundamente o abandono. Mas aos poucos voltou a enxergar a vida de uma maneira mais leve, e lentamente foi esquecendo o sofrimento e conseguiu até amar de novo...
Ele teve filhos, ela não.
Ela se casou e nessa mesma época, ele se separou do seu grande amor pela primeira vez. Foi quando voltou a pensar nela e sentiu uma pontada de culpa...Mas ela já nem lembrava mais disso, pois estava muito ocupada com sua atual grande paixão.
Ela vivia um sonho, num mundo de sonhos. Ele, depois de experimentar a temida solidão, reconciliou-se com sua mulher e com a vida de casado. Ela ainda vivendo um sonho, já tinha esquecido da existência dele na sua vida e nem lembrava de qualquer outro amor que tenha vivido, pois acreditava sinceramente ter encontrado o "homem da sua vida".
Mas um dia o castelo de sonhos dela repentinamente, sem mais nem menos ruiu, desapareceu, sumiu.
E o dele, juntamente com a "mulher da sua vida", já não existia há muito tempo.
Mas um dia, depois de tantas idas e vindas, se reencontraram por acaso, ambos solteiros, casamentos desfeitos, alguns sofrimentos, muitos aprendizados e sete anos mais amadurecidos.
E assim, sentaram e decidiram conversar:
Numa necessidade inexplicável de se justificar, com sete anos de atraso, ele disse:
"Eu queria te pedir desculpas pelo sofrimento te causei...eu fui muito cruel contigo..."
"Não precisa pedir desculpas...eu nem lembro mais disso!", ela respondeu sinceramente.
"Mas eu fui muito sacana, te fiz sofrer...!"
"Meu querido, sabe de uma coisa? Desde aquele dia que nos separamos, eu já vivi tantas coisas, que nem lembro desse sofrimento...! Sabe do que mais lembro da época do nosso namoro? Do quanto a gente se divertia quando estávamos juntos! Olha, a vida é muito vasta...esquece a parte do sofrimento!"
Conversaram longamente, sorriram e relembraram o passado, como dois bons amigos.
Ele a elogiou, e a achou mais bonita.
Ela particularmente o achou meio envelhecido..."é a vida", pensou...
Até que um dia bateu nele uma saudade acompanhada da vontade de ligar para ela... e ligou.
Só que naquela altura, o passado para ela, já não importava mais, inclusive ele e muito menos a mulher que ela foi para ele.
Nada disso fazia sentido depois de tantos anos...
Foi por isso que quando seu celular tocou, ela não o atendeu.
E vendo a insistência com que ele lhe ligava, pensou: "Desculpa Amor, mas o que passou, definitivamente passou!"
E sem esboçar alegria ou tristeza, simplesmente seguiu em frente, e tocou sua vida, de cabeça erguida, deixando de forma definitiva ele e o passado bem guardados, nos seus devidos lugares: lá atrás!
5 comentários:
muito bom, o texto, realista, mas cruel kkkkk e isso é bom pra nos fazer refletir antes de abandonar tudo e se entregar ao novo sem se importar com o passado e principalmente com o presente
Muito bem feito... rsrsrs, que ele pense muito antes de fazer isso novamente e parabéns para ela. bjss
acho que se realmente ela tivesse superado ela poderia ter dado um beijinho nele, já que o reencontro foi agradável....... Não era pra casar de novo, mas é sempre bom beijar..... Kkkkkk
Fá,me vi nesse texto, revive a situação. , eu passei por isso, e por incrível que ele teve filho, e eu não. Creio que entramos em sintonia. Parabéns pelo texto, e pelo blog. beijos
Nossa como eu me vi neste texto ...
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