Um dia acordei diferente, esquisita. Sentindo que alguma
coisa me faltava. Parecia que havia saído de uma enxaqueca, quando se pisa
cuidadosamente o chão, temendo a sua volta...
Fui para a cozinha fazer o café. Pus pó na cafeteira. Assei
um pãozinho com manteiga, fritei um ovo. Sentei sozinha e comi, pensando no
trabalho, na balada, na boca que tenho beijado ultimamente e no bem que ela me
faz...!
Fiquei pensando, pensando...quase viajando...!
Voltei à realidade e lavando as louças do café, me dei conta
novamente daquele vazio estranho. Uma lacuna bem dentro de mim, que, no entanto
mal algum me causava...
“Que estranho!”,
pensei...
Também pensei naquela boca de novo...tão bom...!
Fui me arrumar para trabalhar, com o coração leve e a cabeça
tranquila, mas com o vazio insistente dentro de mim...
Como podia estar tão bem, me sentindo vazia de algo?
A caminho do trabalho dentro do carro, o trânsito
congestionado massacrava a paciência, mas era só pensar na boca e naqueles beijos que tudo de mau
passava junto...que delícia!
E o vazio...? O que era aquele vazio?
O dia foi passando, trabalhando, conversando, comendo,
correndo, brigando...A noite voltei para casa sozinha, tomei um banho, jantei e
deitei para descansar...
Pensei novamente naquela boca, nos beijos e tranquilamente
adormeci...
E despertando de um sono profundo, numa leve letargia,
misturando sonho e realidade, no meio de um longo suspiro me dei conta finalmente da beleza que foi aquele
dia, quando, abrindo os olhos e pensando na boca, sorrindo falei:
“Passou!”
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