terça-feira, 31 de julho de 2012

As idas e vindas

Oi Fa, conheci seu blog através de amigos, sou carioca e tenho passado por maus bocados. Na verdade nunca pensei que um dia fosse escrever para um blog para pedir conselhos... tenho 35 anos, sou casado (02 anos), minha mulher está gravida e faz doutorado na Espanha, trabalho numa Multinacional no Rio mesmo e nos vemos uma vez por mês. Para vc entender melhor essa história vou voltar para 20 anos antes, quando conheci M, no segundo grau, mas só namoramos 05 anos depois... o namoro durou 06 anos, nos separamos porque ela foi transferida para trabalhar em outro país... um ano depois comecei a namorar minha atual mulher, que já era minha amiga e de M desde a escola. M casou e separou sem filhos, nos reencontramos diversas vezes sempre como amigos, sou muito amigo do irmão dela... Fá, vou resumir para vc, estou louco por M, e quer saber? Sei que minha mulher não merece, mas é muito bom esse sentimento. M é na dela e já me cortou diversas vezas, porém ontem nos beijamos...estou sem saber o que fazer.

Prezado anônimo, realmente a situação não é fácil. Através do seu relato, observo que hoje, a sua vida anda bem movimentada...tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. E preste atenção que no meio de tantas emoções, seu filho está por vir. E por incrível que pareça, esse fato torna a situação mais simples de ser resolvida do que você imagina. Meu conselho é o seguinte: Não faça nada antes do nascimento do seu filho. Aproveite o tempo que resta para racionalizar alguns aspectos que podem estar sendo desconsiderados por você neste momento, em razão da empolgação causada pelo beijo que foi trocado entre você e M. Primeiro: Não deixe que absolutamente nada atrapalhe a experiência de ver seu primeiro filho chegar ao mundo. Aproveite esse momento como o mais importante da sua vida. Por mais que hoje você não consiga enxergar desta forma, a emoção que você sentirá é única e nenhuma mulher poderá te dar algo parecido. Segundo: não pense em desfazer seu casamento antes do nascimento do seu filho. Lembre-se que você poderá lamentar pelo resto da vida ter desfeito a sua família em razão de uma situação duvidosa, que pode até ser passageira, nunca se sabe. Entenda que neste momento a sua esposa, ainda que esteja longe só pode contar com você, por mais que esteja em dúvida, assuma o seu papel de adulto dentro desta situação, que é desconfortável para você, mas que com certeza, também não deve ser nada fácil para sua esposa. Aproveite o tempo restante da gestação para esfriar a cabeça, analisar todas as possibilidades e observar o comportamento de M em relação à sua situação. Tente afastar-se para racionalizar. Pense no seu filho. Resumindo: não se atire de cabeça. Por mais que sinta uma enorme bem-estar na companhia da sua antiga namorada, segure a onda. Ela está solteira e aparentemente não tem nada a perder, ao contrário de você. Cuidado para não perder e decepcionar em um único minuto as pessoas mais importantes da sua vida, e carregar um estigma de irresponsabilidade, egoísmo e desequilíbrio para sempre, em relação ao seu filho e sua esposa. Aguarde pelo menos o nascimento dele para tomar medidas extremas. Mas por enquanto, apoie sua sua esposa, espere que ela dê a luz, ajude-a, deixe a "poeira baixar" e procure ficar em paz com sua consciência.


quarta-feira, 25 de julho de 2012

A dúvida do prazer


Oi Fá, Tudo bem ? Escrevo-te porque tive uma experiência inusitada que gerou dúvidas em mim e na minha parceira com que já tenho uma relação estável há dois anos e meio. Ocorre que quando saímos na última sexta-feira, quando estávamos transando ela me surpreendeu estimulando a minha próstata. Para a minha surpresa foi muito prazeroso e agora estou com uma dúvida em saber se isso significa se sou homossexual ou estou apenas explorando outras possibilidades de prazer que posso sentir com minha parceira. Não me imagino transando com outro homem, mas me excita a ideia de repetir a experiência. O que você acha ?

Prezado anônimo, eu sinceramente não vejo motivos para essa sua dúvida. De acordo com seu relato, posso observar que você e sua parceira compartilham um profundo sentimento de intimidade, por conseguirem experimentar coisas novas durante o sexo, tirando dessas experiências plena satisfação para ambos. Observo que o seu maior problema são os dogmas estabelecidos na sociedade, principalmente no que diz respeito à este campo inexplorado do prazer masculino, que de maneira cruel, acaba por tolher o homem heterossexual de vivenciar experiências gratificantes na hora do sexo. Tudo porque estabeleceram uma norma na sociedade de que o sexo anal é algo sujo e pervertido, tanto para homens quanto para mulheres. Finalmente, esclareço que essa experiência vivida por você e sua parceira, em nada compromete sua masculinidade, isso é pura bobagem! Por isso, fique tranquilo: Se você e sua parceira conseguem extrair o máximo de prazer, experimentando novas caminhos, sem culpas nem tabus, aproveitem essa sorte e sejam felizes!

terça-feira, 24 de julho de 2012

As aparências...!


Sexta-feira, 20 de julho, Colorado. Estréia do filme Batman. James Holmes, 24 anos, um homem totalmente insuspeito dispara tiros contra plateia, matando 12 pessoas e ferindo outras 58, deixando atônito todo o mundo, bem como as pessoas que o conheciam no dia-a-dia. O matador trata-se de um doutorando em neurociência, descrito pelos conhecidos como um cara “tranquilo”, “brilhante”, “inteligente”, “bom filho” e aparentemente normal.

Ninguém poderia imaginar que um cidadão com essas qualidades poderia um dia ceifar de maneira tão fria a vida de 12 pessoas num dia normal, dentro de uma sala de cinema, ainda mais se tratando de um estudante do doutorado em neurociência!

No entanto, tirando a brutalidade do fato, bem como seus contornos criminosos, coisas do gênero acontecem todo santo dia. Não falo de tiroteios nem carnificinas, mas sim de enganos. Dos mais superficiais aos mais profundos e traumáticos. De perfis construídos a partir de uma realidade ilusória, daquilo que somos capazes de construir a partir dos nossos desejos e projeções. É incrível, mas conseguimos transformar pessoas comuns em príncipes, princesas, ou demônios, obedecendo exclusivamente às vozes do nosso inconsciente.

Mas se parasse só aí, tudo seria muito tranquilo...O problema acontece a partir do momento em que tais imagens derivam da indução, da vontade propositada daqueles que visam maldosamente enganar, iludir, tirar proveitos dos mais inocentes e finalmente “cravar uma faca” nas costas das suas vítimas, causando prejuízos inestimáveis às mesmas, que vão desde simples danos de ordem material, até aqueles de ordem moral, tais como a vergonha, a humilhação, os traumas, a dor, o vexame, os distúrbios psicológicos e o abalo da rotina.

Por que nem sempre o engano deriva dos nossos delírios e construções. Muitas vezes somos pobres vítimas, levadas ao erro e muitas vezes sofremos calados as consequências dos nossos enganos, porque temos vergonha de tornar pública a cilada em que caímos, pois nem nós conseguimos entender como depois de tantas cabeçadas na vida, e  já “calejados” pelas experiências e pela idade, ainda podemos ter caído em mais essa...!

Quantas vezes nessa vida interpretamos de maneira equivocada pessoas e situações única e exclusivamente por conta das aparências? Quantas vezes colocamos ou tiramos de nossas vidas pessoas que nos transmitiram uma impressão completamente dissociada da realidade, sem falar nas boas oportunidades perdidas, assim como nas armadilhas em que caímos, tudo por conta dos equívocos cometidos em razão das falsas impressões que as aparências nos transmitem?

Infelizmente não somos videntes para prevermos os rumos que nossas escolhas, bem como nossos julgamentos poderão tomar. Mas com certeza, bem no fundo do nosso coração, ainda que totalmente cegos pela ilusão, conseguimos sim identificar alguns detalhes que fazem com que o nosso “sinal vermelho interior” acenda, evidenciando, ainda que de maneira disfarçada situações e características que nos causam estranheza e às vezes perplexidade, envolvendo pessoas que nos confundem em razão das aparências. Podemos até tentar fingir que não vimos, ou que não ouvimos esses “sinais”, coisa que mais tarde é motivo de muito arrependimento, que geralmente termina com a célebre frase: “Porque não ouvi minha intuição?”. Vai me dizer que isso nunca aconteceu com você? Rsrsrs.

Assim, levando em consideração as besteiras que fizemos nessa vida por conta dos erros e enganos cometidos por estarmos confundidos com as aparências dos nossos carrascos (ou das nossas vítimas), acabo este post, com os seguintes alertas:

Se você está solteiro, tome cuidado!!! Tem muita gente boa por aí, que passa despercebida pelos nossos olhos pelos motivos mais banais possíveis: Feiura, grau de instrução, cafonice, falta de dinheiro, gosto musical, modo de se vestir...PELO AMOR DE DEUS!!!! Às vezes abrimos mão da felicidade por conta de questões tão pequenas e remediáveis que acabamos por desconsiderar por completo aquilo que há de mais importante numa pessoa: o seu caráter!

Vale a pena alertar também os solteiros para que tomem cuidado com aquelas pessoas perfeitas demais aos seus olhos!!!  O desespero causado pela solidão, em homens e mulheres, faz com que muitos façam escolhas equivocadas, tornando-os alvos fáceis de aproveitadores, verdadeiros conquistadores profissionais, que visam somente sugar ao máximo todas as coisas boas, materiais e imateriais que podem ser oferecidas em troca da ilusão do falso amor.

Por fim, se você está (bem) casado, ou comprometido de qualquer outra forma, aproveite a sorte por ter encontrado alguém em que possa confiar. É que a vida do lado de fora do relacionamento não está muito fácil, não...! rsrsrsrs...Paciência é coisa cada dia mais rara e pessoas boas e dignas já não são encontradas em cada esquina. Assim, valorize o que já foi conquistado, apegue-se com o que você tem e compreenda que confiança, cumplicidade, compromisso e verdade são artigos de luxo nos dias de hoje, em mundo onde as aparências contam muito mais!

domingo, 22 de julho de 2012

É COMPARTILHANDO QUE A GENTE CRESCE!

Amigos da Fá, através deste post venho convocá-los oficialmente a participar da "Campanha em prol do compartilhamento do PERGUNTE À FÁ no Facebook"! Que nome grande, hein? Mas trata-se coisa séria. Vou explicar: O nosso blog nasceu e cresceu de maneira bem despretensiosa. Através dele tento transmitir algumas idéias sobre experiências vividas por mim e por outras pessoas, que de maneira bem corajosa, expõem generosamente suas dúvidas e aflições ao público, buscando respostas e compartilhando seus dramas cotidianos e experiências de vida. Desde a data de sua criação (30 de maio de 2012) até hoje, alcançamos o patamar dos 2.125 acessos (é isso mesmo!) e aos poucos fui observando que muita coisa boa já apareceu por aqui a partir das contribuições dos nossos seguidores, opiniões, idéias enviadas pelo e-mail, sugestões e outras coisinhas mais!
Nessa caminhada, o Facebook tem desempenhado um papel muito importante no trabalho de divulgação do blog! Nele tive a oportunidade de encontrar pessoas conhecidas (ou não), amigos e contatos das mais variadas espécies, que apoiam e prestigiam o blog da Fá. E tudo isso se dá maneira bem rápida e instantânea, a partir do momento que você, seguidor ou não do blog, "COMPARTILHA" nossos posts com seu amigos!
Assim, nossa campanha começa hoje com o seguinte mote: COMPARTILHE O BLOG DA FÁ COM SEUS AMIGOS! Ou seja, a cada post visualizado, apenas compartilhe com seus amigos, pois com este simples gesto, este mesmo post poderá ser visualizado por todos da sua lista de amigos, e assim, quem sabe, através da sua divulgação generosa, você poderá tornar o dia de alguém mais legal!
Então é isso: me ajudem a divulgar blog, por favor! 
Um beijão e até o próximo post!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

O fantasminha nada camarada!


Olá Fá, Estou escrevendo para tirar uma dúvida do que devo fazer. Meu ex namorado (terminamos a cerca de 2 anos), me ligou semana passa para saber como eu estava, disse que comprou um livro para mim e queria me entregar!  Só que moramos em cidades distintas. Na mesma  ligação, ele disse que estava namorando com outra pessoa, por cerca de uns dois meses e estava  super feliz! E eu falei que continuo sozinho e feliz, apesar de gostar muito dele! Essa semana ele me manda um e-mail dizendo que estará na minha cidade esse fim de semana e quer me encontrar domingo (23/07), o que devo fazer?

Prezado anônimo, eu posso imaginar a sua angústia! Que dilema...! No entanto, alguns aspectos dessa história, que são claros, passam desapercebidos aos seus olhos, pelo simples fato de que você ainda guarda dentro do coração algum sentimento pelo seu ex-namorado. Mas vamos lá: Se ele está namorando outra pessoa e super feliz (como ele mesmo disse), porque ainda liga para o ex-namorado de dois anos atrás e ainda lhe compra presentes ? Se ele sabe que você gosta dele ainda e se ele está num outro relacionamento, ele deveria respeitar seus sentimentos e afastar-se para que você também tenha a oportunidade e o direito de esquecê-lo! Sinceramente, já que você perguntou a minha sincera opinião, aí vai: Acho que ele é uma pessoa nem um pouco confiável, primeiro porque já está em outro relacionamento, mas insiste em manter contato com você, segundo porque essa atitude denota, no mínimo muita insegurança, ou numa escala maior, falta de caráter, pois sabendo dos seus sentimentos, ao mesmo tempo ele engana o novo namorado e alimenta suas esperanças. Tudo indica que ele quer ter um "revival" com você, para aproveitar esses dias longe do namorado, que vai ficar em outra cidade. Assim, tenha cuidado para não ser usado por esse período e ser cruelmente descartado logo depois! Você não merece passar por isso! Tente não atendê-lo quando ele chegar e lhe procurar. Ou então,  desligue o celular. Você pode ainda pedir para que ele deixe o presente na sua portaria, mas tente não encontrá-lo, porque você pode se arrepender amargamente. Não lhe dê oportunidade para que ele te seduza, ou, pior ainda, para que ele fique te falando da maravilha que é a vida dele com o outro, porque, vamos combinar, NINGUÉM MERECE, né??? Dê um belo "gelo" nele! Mande ele cantar de galo em outra freguesia! Diga para ele cuidar do namorado dele, pois não parece estar tão feliz assim como te disse. Esse cara está precisando acordar para vida e ver que toda ação gera uma reação correspondente. Precisa saber que sua vida também andou e que você não está parado no tempo esperando ele voltar, sabe lá Deus de onde! Seja egoísta e pense somente em si, e não se preocupe como ele vai reagir, porque com certeza, esse seu ex só olha para o seu próprio umbigo! Siga em frente, ignorando-o sempre que possível, cuide da sua vida, pois em breve um novo amor  aparecerá e esse rapazinho mal-acostumado, espertinho e egoísta será somente uma fumaça no seu passado!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

O assédio moral no casamento


O texto é longo, mas vale a pena ler!

Muito se tem lido sobre o tema e quase todos nós já ouvimos alguém falar, relatando histórias de sofrimento e humilhação resultantes de um fenômeno que a cada dia se torna mais e mais comum, principalmente no ambiente de trabalho: o assédio moral.

Nos tempos modernos, a prática caracteriza-se por um conjunto de atos repetitivos e velados, praticados geralmente no ambiente de trabalho, resultante de relações de hierarquia (ou não necessariamente), observados quase  unicamente somente pelo agressor e sua vítima, que consistem na diminuição de sua autoestima através de atos aparentemente insignificantes e contínuos e humilhações constantes, públicas ou veladas, que visam desestruturar, degradar, perseguir, ferir e maltratar psicologicamente a vítima, minando sua autoestima e sua segurança, levando-a a consequências gravíssimas que vão desde transtornos psicológicos, traumas, crises de choro, insônia, pesadelos, queda de cabelo, falta de libido, falta de apetite, stress agudo, sensação de desespero e impotência, transtornos de afetividade, emagrecimento repentino, compulsões,  desemprego, insegurança, desestruturação familiar, podendo atingir finalmente o mais crucial e dramático efeito, o suicídio.

O que aqui se relata não se trata de exagero. Diversos estudos já comprovaram de maneira acertada o que infelizmente se descreve acima: o assédio moral atualmente é um dos maiores responsáveis pela incapacidade laboral de milhares de trabalhadores espalhados pelo mundo, que por terem sido escolhidos como “alvos” de colegas, superiores hierárquicos ou até clientes, necessitaram afastar-se de suas atividades de trabalho, por não terem mais condições físicas e psicológicas de darem continuidade à prestação de serviços, requerendo assim o devido tratamento para tal mazela, que quando praticada, deixa marcas profundas e até permanentes em suas vítimas.

Você nesse momento deve estar se perguntando, “mas o que isso tem a ver com o blog?”, “o que tem esse assunto tem a ver com relacionamento?”. O assunto tem tudo a ver com a nossa proposta, a partir do momento que se observa mais e mais a cada dia a prática do assédio moral dentro do casamento. Sim. Infelizmente isso já se trata de uma realidade, que na verdade, não é fato novo, pois diante da análise do fenômeno, observa-se que sua prática acontece desde muito cedo, sendo somente nominado e estudado há pouco tempo.

Mas como se dá o assédio moral no casamento? Antes de mais nada deve-se tentar esclarecer que no assédio moral, são identificados dois sujeito: a vítima e o agressor. Como dito acima, o agressor pratica atos repetitivos e velados que têm como finalidade minar a autoestima, a confiança e a segurança da vítima. No ambiente de trabalho, tais atos visam somente o pedido de demissão do empregado, forçando-o a desistir da relação de trabalho.
Geralmente vítima e agressor têm perfis bem definidos: o agressor geralmente tem uma imagem de autoconfiança e superioridade inabaláveis. A primeira vista nem teriam reais motivos para praticar atos tão covardes, uma vez que as suas vítimas, ao contrário do que se imagina, não dão motivos para represálias, eventuais repreensões, ou punições. Muito pelo contrário: geralmente as mesmas, dentro do ambiente de trabalho são os empregados mais dedicados, aplicados, capazes e produtivos, que de alguma forma, representam uma espécie de ameaça ao superior hierárquico, que busca anula-lo dentro da empresa, desestruturando-o e por fim, eliminando-o da mesmas  a fim de salvaguardar sua posição dentro da empresa.

E como esse fenômeno se dá dentro do casamento? De acordo com Marie-France Hirigoyen, psiquiatra francesa, principal estudiosa e expoente do tema em todo o mundo, autora de diversos livros sobre o assunto, as relações perversas se dão em diversas esferas sociais. Na escola, no trabalho, no casamento, ou seja, em qualquer relação interpessoal que podemos travar durante nossa vida, o assédio moral poderá ser praticado.

Tal fenômeno caracteriza-se por atos repetitivos e até imperceptíveis para as demais pessoas que cercam os sujeitos envolvidos, que pode ser externado através de ironias, deboches, piadas, ridicularização pública ou velada da vítima, utilização de apelidos jocosos, e constrangedores, desvalorização das atividades realizadas pela vítima pelo agressor, desconsideração de suas opiniões, isolamento, humilhações, abandono emocional e material, exigências exageradas, brigas constantes, perseguições, bem como uma gama de atitudes perversas e covardes dirigidas á vítima, que a esta altura, já se encontra totalmente fragilizada e refém de uma situação limitante, desconhecida e assustadora.

Geralmente os atos repetitivos de agressão são marcados por frases típicas, carregadas de conteúdo crítico, tais como: “Você não tem jeito mesmo!”; “Como você é burra(o)!”; “Eu sabia que não podia contar com você mesmo!”; “Você é um fracasso!”; “Você não vai conseguir mesmo!”; “Tenho vergonha do seu corpo!”; “Não adianta te explicar, você não vai entender!”; “a sua comida é péssima!”, “você não se cuida como antes!”, “não gosto que me vejam com você”, além de apelidos dirigidos à vítima, de maneira repetitiva e torturante, que devastam a autoestima do companheiro.

É importante frisar que o isolamento e o abandono (tanto material quanto físico) também caracterizam o assédio moral, uma vez que deixam a vítima em situação de fragilidade extrema.

É muito mais comum do que imaginamos, e os primeiros sinais não podem ser jamais ignorados. Dentro do casamento, o agressor maltrata e persegue sua vítima, humilhando-a, diminuindo-a, apelidando-a, ressaltando os seus defeitos físicos, criticando-a há todo momento, ridicularizando-a, menosprezando-a e por fim, livrando-se da mesma quando não mais lhe interessam os seus “préstimos”, descartando-a como se objeto fosse. As sequelas emocionais são as mais profundas e devastadoras nas vítimas do assédio moral, tanto na alma quanto no coração.  Imagine a dor de ser maltratado e violado por alguém que foi o seu grande amor.

Por isso, finalizo este texto fazendo as seguintes considerações:

1º - Este texto não se tratada de “texto técnico”. Todos sabem que não sou nem psicóloga, nem psiquiatra e que falo unicamente com base no que leio, mas experiências de vida minha e de pessoas com quem converso todos os dias;

2º - O assédio moral (ainda) não é crime no Brasil. A boa notícia é que o nosso Código Penal (de 1940!) encontra-se em processo de revisão, na qual incluirá a tipificação do assédio como crime;

3º - Tem muita gente que conhecemos que sofre tudo aquilo que foi descrito neste texto por muitos e muitos anos, mas que infelizmente não consegue entender o que se passa dentro do seu casamento. Isso não pode ser jamais confundido com passividade ou conformismo. A violência sofrida por estas pessoas causa danos de ordem psicológica grave, que por vezes dificulta a compreensão dos atos do agressor, que outrora era uma pessoa bacana, companheira e parceira;

4º - A vítima desenvolve uma forte dependência psicológica em relação ao agressor, uma vez encontra-se com a autoestima completamente comprometida e devastada. Em determinados momentos não consegue mais distinguir o aquilo que acha que é amor pelo agressor da dependência psicológica, por isso é difícil desvincular-se desta situação sem ajuda psicológica.

Por fim, deixo claro que o assédio moral é somente o primeiro passo para a agressão física. Isso não é invenção. As estatísticas estão aí para quem quiser ver. O mal deve ser cortado pela raiz assim que identificado. A família e aos amigos da vítima devem ser imediatamente acionados, bem como a mesma, se possível for deverá ser prontamente afastada do agressor. Se você conhece alguém que se enquadra nesta situação e com as características de vítima acima descritas, dê um toque, manifeste-se, ainda que de forma sutil. Ouça e depois fale e aconselhe. Demonstre preocupação, acolha e mostre a essa pessoa que o isolamento no qual ela vive, é apenas mais uma construção perversa do seu agressor.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

O doce amor do passado...!

Oi Fá, tenho 36 anos e a grande pergunta é: Amor do passado pode ser o grande amor do presente? Ou aquele ditado que diz: figurinha repetida não enche álbum, será? Depois de 14 anos o grande amor de juventude volta,com tudo diferente, com filhos, exs, outro corpo, outra cabeça, deixando aquela sensação de boca seca, mãos suadas, sem assunto (por estar encantada), outra vida, mas com uma pergunta : O AMOR MORRE? E aquele medinho de falar quem é o motivo das tuas noites em claro, do teu sorriso de toda hora, das horas cantando, da leveza nos pés e cabeça nas nuvens, por medo de ser julgada, de ser cobrada e escutar um "DE NOVO?" Tudo muito novo e ao mesmo tempo tão conhecido, que horror...! Estou me sentindo uma adolescente com o primeiro namoradinho, esperando ligações, namorando escondida, sexo rapidinho... rrsrsrsr, mas tão bom, tão prazeroso...! Mas o que mata é essa culpa, esse medo de estar errando de novo. Às vezes penso que a vida é fácil, mas adoramos complicar !

Nossa...! Ler esse e-mail me deu até inveja, me desculpe! Vou tentar ser objetiva, na medida do possível para conseguir responder às suas indagações, mas antes de qualquer coisa, gostaria de te dizer que independentemente de quem ele seja, ou como ele vem, só de ler seu e-mail, dá pra sentir daqui, a paixão saíndo pelos poros! Ô COISA BOA MEU DEUS!!! rsrsrsrs...No seu e-mail,  você fala que depois de 14 anos, o amor do passado volta com tudo, com outra cara, (e corpo!) e acessórios acumulados ao longo do tempo. Fazendo as contas a gente conclui que na época em que se encontraram, você era ainda muito jovem. Assim dá pra entender que cada um de vocês seguiu um caminho deferente e que agora, já adultos e maduros se reencontram e começam a curtir novamente aquela paixonite do passado! Olha, eu vou te dizer uma coisa: Depois que a gente amadurece, quebra a cara e sofre pra caramba, ficamos curtidos, sofridos e ressabiados e chegamos ao ponto de acreditar até que muita felicidade assim esconde algo estranho, não é??? rsrsrsrsr. Pois é...! Isso é culpa das feridas que carregamos! Às vezes me pergunto: porque será que sofremos até a última gota as nossas dores mas no momento da alegria, nos culpamos por sentir tanto prazer e regozijo?  A verdade é que é simples: Nós todos temos o direito de sermos felizes! Eu entendo o seu medo de se expor, de passar por situações de sofrimento e também de decepcionar as pessoas que te cercam e que te deram apoio nestes momentos difíceis. Mas da mesma forma que você vivenciou o sofrimento, você tem todo o direito de curtir a sua paixão e respectivamente a felicidade que ela te traz! Se você não quiser ainda aparecer em público, se não quiser que as pessoas saibam a delícia que está vivendo, não tem problema!!! Respeite os seus limites e com o tempo e aos poucos, se vocês quiserem, vocês estarão vivenciando essa nova experiência às claras, mas não se esqueça que ninguém tem nada a ver com isso. Vocês são solteiros, livres e desimpedidos e não estão prejudicando ninguém! Viva esse momento de prazer, dê-se esse amor de presente, deixe o passado para trás, bem como as opiniões alheias! Você pergunta se o amor morre. Na minha opinião, acho que você está tendo o privilégio de melhorar algo que deve ter sido muito bom no passado e que por motivos que já devem ter sido esquecidos, já nem importam mais. O importante é que hoje vocês são duas pessoas diferentes, que podem construir uma nova história. Por isso, não se culpe por estar feliz e cheia de amor! Aproveite ao máximo essa história e não deixe de vivê-la por conta da opinião alheia! Permita-se sempre, não esquecendo as lições que aprendeu no passado. Viva com intensidade de forma madura, tente (na medida do possível!) não perder a cabeça e seja muito, muito feliz, porque você com certeza merece!

terça-feira, 10 de julho de 2012

Uma mulher bem resolvida...


Oi Fá. Tenho 40 anos e gostaria de saber sua opinião sobre uma questão pessoal. Sou uma mulher muito bem resolvida. Fui casada por quase 15 anos com um homem que sempre foi bom marido e bom pai. Ocorre que o marasmo da vida de casada acabou me levando a buscar aventuras fora do casamento. Depois de alguns casos, acabei por deixar meu marido. Já viajei muito, namorei outros homens, tive outras experiências. Sou culta e realizada profissionalmente. Acho que hoje em dia as mulheres se comportam de maneira desesperada, querendo casar a todo custo. Acho que investir todas as suas energias numa relação é perda de tempo, pois a vida te oferece muitas alternativas. Apesar de me sentir plena e realizada, me sinto destoante em relação as minhas amigas que ainda sonham em casar ou que mantêm o casamento á qualquer custo. Será que tem alguma coisa errada comigo? Queria outras opiniões!


É óbvio que não existe nada de errado com você! Nem com suas amigas! Que bom que você alcançou a plenitude em sua vida, mas acho que as outras pessoas têm o direito de trilhar caminhos ainda não percorridos por elas e também alcançarem a plenitude no caminho escolhido que não necessariamente será igual ao seu! Você já vivenciou várias experiências significativas que lhe tornaram esta mulher realizada, feliz e bem resolvida. Mas cada um de nós tem seus desejos e anseios. Alguns querem casar, sim (com todo direito) e outros ainda sentem que vale a pena investir na relação, e isso é muito bacana (que bom!)! A questão é que a realidade das suas amigas já não combina com você, pelo simples fato de você já ter passado por tudo isso, ou seja, para você já não funciona mais, é algo antigo. Mas elas não estão erradas por isso! Imagina...! Só estão vivendo a vida delas, sem fazer mal à ninguém! Quanto ao desespero, acho que este problema não é exclusivo das mulheres. Observo que muitos homens também comentem desatinos todos os dias, agindo de maneira desesperada. Finalmente você me pergunta se tem "alguma coisa errada" com você. Sinceramente? Na minha opinião, "coisa errada" é não respeitar as escolhas alheias!

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O maravilhoso mundo do lado de fora!


É bem bacana ter alguém ao nosso lado, cuidando d’agente, nos entendendo, nos compreendendo e, sobretudo, nos amando. É muito bom viver dentro do mundo delicioso de uma relação à dois, compartilhando o dia a dia, os problemas, o sexo seguro, a tranquilidade da vida de casal, os projetos, as alegrias e as tristezas, bem como a cumplicidade.
Mas ainda que estejamos plenos, felizes e satisfeitos com o relacionamento que Deus nos deu, não podemos esquecer nunca de uma lição essencial para o sucesso da relação, essencial para reforçar mais e mais o cuidado dispensado ao parceiro: o mundo lá fora existe e é igualmente maravilhoso!
Mas de que mundo você este falando, Fá? Ah, eu falo do mundo do lado de fora do relacionamento! Definitivamente é e sempre será um erro absurdo fechar-se inteiramente dentro da vida à dois. Deixar o convívio dos amigos, esquecer-se da família, abandonar o happy-hour depois do trabalho com os colegas, o cinema com a melhor amiga, ou seja, os programas comezinhos que você costumava fazer  antes de encontrar o grande amor da sua vida!
Errado também é achar que sair de um relacionamento e voltar à vida de solteiro significa fracassar perante a sociedade, isolando-se dentro de casa por não conseguir encaixar-se novamente nessa nova, mas já conhecida realidade. Bobagem também é sentir vergonha da sua nova situação, primeiro porque ninguém tem absolutamente nada a ver com isso, e segundo porque a vida é sua, resultado de suas escolhas e suas atitudes.
Sair de um relacionamento e voltar ser solteiro, depois de alguns anos “fora de circulação” não é tarefa fácil! No início, a sensação de ser um “peixe fora d’água” é extremamente desconfortável. Antes havia todo um complexo protetor ao seu redor e agora você se sente desprotegido, despreparado e desqualificado para adquirir novos hábitos e descobrir novas formas de amar e amar-se!
Você deixou de malhar, engordou um pouquinho, já não se sente tão atraente como antes, teve filhos e dedicou-se de corpo e alma à uma relação que infelizmente (ou felizmente!) naufragou. Não sabe mais paquerar, nem tão pouco abordar outras pessoas que possam despertar o seu interesse. Pode ser que a autoestima não esteja lá muito boa.  Mas você sobreviveu á todas as tempestades e por isso mesmo, tem a obrigação moral de dar a volta por cima e novamente desfrutar das coisas boas que a vida te oferece nessa nova fase!
Mas pode ser que a decisão partiu de você. Sendo assim, não se esqueça que ser solteiro não significa necessariamente ser farrista, fanfarrão, beberrão, perdulário, essas coisas...rs! Tem gente que se empolga com a liberdade recente e confunde tudo, "trocando os pés pelas mãos". Você pode até querer inicialmente ficar com uma pessoa diferente por dia, beber toda a cerveja do mundo, gastar todo seu dinheiro com contas em bares e roupas novas, bem como celebrar diariamente com os amigos, mas te asseguro que isso é apenas mais uma etapa de adaptação à vidinha de solteiro, que assim como tantas outras, e depois de algumas lições que a vida ainda vai te dá, vai passar!
Porque estar solteiro não precisa ser sinônimo de tristeza, depressão, solidão, desequilíbrio e muito menos fracasso! E como tudo nessa vida, requer sabedoria e um bom jogo de cintura, para que se possa extrair sempre o melhor dessa condição. Porque é importante que uma vez adultos e maduros, saibamos compreender que assim como num relacionamento estável, a solteirice também tem seus encantos! E bota encanto nisso!

Assim, para garantir o sucesso da vida á dois, entendo que é fundamental compreender que “o mundo lá fora” é bom! Que se você não cuidar da sua relação e do seu delicioso mundinho, a probabilidade do seu companheiro ou companheira encantar-se pelos atrativos que estão logo ali fora, é enorme!
Por isso, encerro esse post com os seguintes conselhos:

Primeiramente aos casados: Cuide do seu relacionamento. Por mais que seja difícil “driblar” todos os probleminhas típicos de uma relação, tente diversificá-la. Não permita que o marasmo e a mesmice tomem conta da sua vida. Demonstre ao parceiro que o que vocês possuem dentro de casa é muito mais valioso que qualquer outra novidade que possa aparecer.

Para os que ainda estão solteiros: aproveite a vida ao máximo! Curta a sua liberdade e as infinitas possibilidades que a vida te oferece! Isso é a mais pura verdade!

Agora para os que voltaram a ser solteiros (de forma voluntária ou involuntariamente): Não tenha medo. No começo é difícil. Você pode até se sentir perdido,desequilibrado ou desestruturado, mas essa sensação de desconforto vai passar e logo, logo a natural adaptação chegará! Cuidado com os gastos, com as empolgações e deslumbres. Procure adentrar nesse novo universo de maneira cautelosa! Apoie-se nos amigos (verdadeiros), na família e no trabalho. Fique tranquilo, vai dar tudo certo!

E não se esqueça: aproveite a sua vida, solteiro ou comprometido, mas nunca deixe de dar o devido valor as coisas que tem e seja feliz!



segunda-feira, 2 de julho de 2012

Vida nova!


Oi Fá, tenho 24 anos e tenho um namorado a quase 5 anos, mas não consigo ama-lo como antes, já não sinto tanta vontade de ficar junto dele, sei que ele me ama e demonstra isso, mas eu não consigo voltar o que era antes. Acabei me envolvendo com um homem casado. Tudo aconteceu quando comecei a trabalhar no meu atual emprego e lá o conheci, tudo aconteceu muito rápido e quando me vi já estava com ele. Nos damos muito bem e ele me faz sentir a melhor mulher do mundo. Mas como já disse é CASADO. Não sei o que faço, pois estou me envolvendo e já não passo um dia sem pensar nele. Na sua opinião devo continuar com essa relação, tentar com meu namorado ou devo partir para outra? Tô desesperada! :(


Não se desepere...! Sua situação não é fácil, mas se estivesse analisando-a por fora, veria que as coisas podem ser mais simples do que imagina! Você etsá vivendo um período de mudanças, o que na maioria das vezes é algo bem complicado, mas a primeira coisa que me chamou atenção no seu relato é o fato de que você é super jovem e tem uma vida inteira pela frente, onde poderá fazer muitas descobertas e conhecer uma série de pessoas interessantes! Você fala que já não sente mais tanto afeto pelo seu namorado. Olha, a vida é assim mesmo! As pessoas vão entrar e sair dela o tempo todo, no entanto, você precisa saber como fazer esta transição sem magoar ou ferir os sentimentos do seu namorado. Por mais difícil que seja, é mais nobre retirar-se da vida dele e deixá-lo ser feliz com outra pessoa, do que enganá-lo e brincar com os seus sentimentos, “levando com a barriga” uma relação que já se encontra desgastada pelo tempo. Da mesma forma que você, ele também merece ser feliz, e no futuro, pode acreditar, tanto você quanto ele serão muito agradecidos por esta atitude sua!
No que diz respeito ao seu relacionamento com este outro homem (casado), só posso te dizer mais uma vez que você é uma moça muito jovem para se meter nesta barca furada! Você pode ter um namorado que lhe ame de verdade, pode viver um relacionamento completo, às claras, sem precisar esconder-se. Você não tem a mínima necessidade de aguentar este tipo de situação ilusória e passageira. Não perca tempo com esse tipo de aventura! Concentre-se na sua vida e busque algo que lhe dê uma perspectiva de futuro! Além do mais, basta colocar-se no lugar da esposa traída. Eu tenho certeza que você não gostaria de estar no lugar dela. Assim, não interfira na vida de um casal e perceba que você tem maiores e melhores possibilidades! Isso é muito pouco para você, que com certeza tem potencial para encontrar alguém livre e desimpedido, disposto a construir algo sério com você e não apenas viver uma aventura que pode repercutir em algo verdadeiramente mais sério e grave na vida de todas as pessoas que estão envolvidas nessa história!
Vá com calma. Você está emendando um erro atrás do outro. Pare e pense, reflita sobre o que está fazendo, parta para uma nova vida, adote uma nova postura, valorize-se e seja feliz!