segunda-feira, 16 de julho de 2012

O assédio moral no casamento


O texto é longo, mas vale a pena ler!

Muito se tem lido sobre o tema e quase todos nós já ouvimos alguém falar, relatando histórias de sofrimento e humilhação resultantes de um fenômeno que a cada dia se torna mais e mais comum, principalmente no ambiente de trabalho: o assédio moral.

Nos tempos modernos, a prática caracteriza-se por um conjunto de atos repetitivos e velados, praticados geralmente no ambiente de trabalho, resultante de relações de hierarquia (ou não necessariamente), observados quase  unicamente somente pelo agressor e sua vítima, que consistem na diminuição de sua autoestima através de atos aparentemente insignificantes e contínuos e humilhações constantes, públicas ou veladas, que visam desestruturar, degradar, perseguir, ferir e maltratar psicologicamente a vítima, minando sua autoestima e sua segurança, levando-a a consequências gravíssimas que vão desde transtornos psicológicos, traumas, crises de choro, insônia, pesadelos, queda de cabelo, falta de libido, falta de apetite, stress agudo, sensação de desespero e impotência, transtornos de afetividade, emagrecimento repentino, compulsões,  desemprego, insegurança, desestruturação familiar, podendo atingir finalmente o mais crucial e dramático efeito, o suicídio.

O que aqui se relata não se trata de exagero. Diversos estudos já comprovaram de maneira acertada o que infelizmente se descreve acima: o assédio moral atualmente é um dos maiores responsáveis pela incapacidade laboral de milhares de trabalhadores espalhados pelo mundo, que por terem sido escolhidos como “alvos” de colegas, superiores hierárquicos ou até clientes, necessitaram afastar-se de suas atividades de trabalho, por não terem mais condições físicas e psicológicas de darem continuidade à prestação de serviços, requerendo assim o devido tratamento para tal mazela, que quando praticada, deixa marcas profundas e até permanentes em suas vítimas.

Você nesse momento deve estar se perguntando, “mas o que isso tem a ver com o blog?”, “o que tem esse assunto tem a ver com relacionamento?”. O assunto tem tudo a ver com a nossa proposta, a partir do momento que se observa mais e mais a cada dia a prática do assédio moral dentro do casamento. Sim. Infelizmente isso já se trata de uma realidade, que na verdade, não é fato novo, pois diante da análise do fenômeno, observa-se que sua prática acontece desde muito cedo, sendo somente nominado e estudado há pouco tempo.

Mas como se dá o assédio moral no casamento? Antes de mais nada deve-se tentar esclarecer que no assédio moral, são identificados dois sujeito: a vítima e o agressor. Como dito acima, o agressor pratica atos repetitivos e velados que têm como finalidade minar a autoestima, a confiança e a segurança da vítima. No ambiente de trabalho, tais atos visam somente o pedido de demissão do empregado, forçando-o a desistir da relação de trabalho.
Geralmente vítima e agressor têm perfis bem definidos: o agressor geralmente tem uma imagem de autoconfiança e superioridade inabaláveis. A primeira vista nem teriam reais motivos para praticar atos tão covardes, uma vez que as suas vítimas, ao contrário do que se imagina, não dão motivos para represálias, eventuais repreensões, ou punições. Muito pelo contrário: geralmente as mesmas, dentro do ambiente de trabalho são os empregados mais dedicados, aplicados, capazes e produtivos, que de alguma forma, representam uma espécie de ameaça ao superior hierárquico, que busca anula-lo dentro da empresa, desestruturando-o e por fim, eliminando-o da mesmas  a fim de salvaguardar sua posição dentro da empresa.

E como esse fenômeno se dá dentro do casamento? De acordo com Marie-France Hirigoyen, psiquiatra francesa, principal estudiosa e expoente do tema em todo o mundo, autora de diversos livros sobre o assunto, as relações perversas se dão em diversas esferas sociais. Na escola, no trabalho, no casamento, ou seja, em qualquer relação interpessoal que podemos travar durante nossa vida, o assédio moral poderá ser praticado.

Tal fenômeno caracteriza-se por atos repetitivos e até imperceptíveis para as demais pessoas que cercam os sujeitos envolvidos, que pode ser externado através de ironias, deboches, piadas, ridicularização pública ou velada da vítima, utilização de apelidos jocosos, e constrangedores, desvalorização das atividades realizadas pela vítima pelo agressor, desconsideração de suas opiniões, isolamento, humilhações, abandono emocional e material, exigências exageradas, brigas constantes, perseguições, bem como uma gama de atitudes perversas e covardes dirigidas á vítima, que a esta altura, já se encontra totalmente fragilizada e refém de uma situação limitante, desconhecida e assustadora.

Geralmente os atos repetitivos de agressão são marcados por frases típicas, carregadas de conteúdo crítico, tais como: “Você não tem jeito mesmo!”; “Como você é burra(o)!”; “Eu sabia que não podia contar com você mesmo!”; “Você é um fracasso!”; “Você não vai conseguir mesmo!”; “Tenho vergonha do seu corpo!”; “Não adianta te explicar, você não vai entender!”; “a sua comida é péssima!”, “você não se cuida como antes!”, “não gosto que me vejam com você”, além de apelidos dirigidos à vítima, de maneira repetitiva e torturante, que devastam a autoestima do companheiro.

É importante frisar que o isolamento e o abandono (tanto material quanto físico) também caracterizam o assédio moral, uma vez que deixam a vítima em situação de fragilidade extrema.

É muito mais comum do que imaginamos, e os primeiros sinais não podem ser jamais ignorados. Dentro do casamento, o agressor maltrata e persegue sua vítima, humilhando-a, diminuindo-a, apelidando-a, ressaltando os seus defeitos físicos, criticando-a há todo momento, ridicularizando-a, menosprezando-a e por fim, livrando-se da mesma quando não mais lhe interessam os seus “préstimos”, descartando-a como se objeto fosse. As sequelas emocionais são as mais profundas e devastadoras nas vítimas do assédio moral, tanto na alma quanto no coração.  Imagine a dor de ser maltratado e violado por alguém que foi o seu grande amor.

Por isso, finalizo este texto fazendo as seguintes considerações:

1º - Este texto não se tratada de “texto técnico”. Todos sabem que não sou nem psicóloga, nem psiquiatra e que falo unicamente com base no que leio, mas experiências de vida minha e de pessoas com quem converso todos os dias;

2º - O assédio moral (ainda) não é crime no Brasil. A boa notícia é que o nosso Código Penal (de 1940!) encontra-se em processo de revisão, na qual incluirá a tipificação do assédio como crime;

3º - Tem muita gente que conhecemos que sofre tudo aquilo que foi descrito neste texto por muitos e muitos anos, mas que infelizmente não consegue entender o que se passa dentro do seu casamento. Isso não pode ser jamais confundido com passividade ou conformismo. A violência sofrida por estas pessoas causa danos de ordem psicológica grave, que por vezes dificulta a compreensão dos atos do agressor, que outrora era uma pessoa bacana, companheira e parceira;

4º - A vítima desenvolve uma forte dependência psicológica em relação ao agressor, uma vez encontra-se com a autoestima completamente comprometida e devastada. Em determinados momentos não consegue mais distinguir o aquilo que acha que é amor pelo agressor da dependência psicológica, por isso é difícil desvincular-se desta situação sem ajuda psicológica.

Por fim, deixo claro que o assédio moral é somente o primeiro passo para a agressão física. Isso não é invenção. As estatísticas estão aí para quem quiser ver. O mal deve ser cortado pela raiz assim que identificado. A família e aos amigos da vítima devem ser imediatamente acionados, bem como a mesma, se possível for deverá ser prontamente afastada do agressor. Se você conhece alguém que se enquadra nesta situação e com as características de vítima acima descritas, dê um toque, manifeste-se, ainda que de forma sutil. Ouça e depois fale e aconselhe. Demonstre preocupação, acolha e mostre a essa pessoa que o isolamento no qual ela vive, é apenas mais uma construção perversa do seu agressor.

11 comentários:

Anônimo disse...

Entre namoro e casamento foram dez anos, acredito que por conta de um trauma sofrido por mim dois anos antes de nos conhecermos eu tenha ficado psicologicamente ligada a ele de forma doentia. Acontece que meu ex durante toda relação vinha mostrando um comportamento psicótico e sádico(hj identifico), ele exigia q eu vivesse só para ele, odiava meus amigos e invejava minha família.
Há um ano com o termino da relação, ele já com outra pessoa começou a se revoltar por eu não atende-lo e resolver pequenas e grandes coisas q solucionava antes para o mesmo. Comecei então a sofrer que hj identifico como STALKING, ou seja era um assedio constante por email, no trabalho e até o cumulo dele procurar amigos meus para desabafar e contar coisas absurdas ao meu respeito.
Perdi clientes, fiquei por um longo período com fadigas, frustração, culpa, vergonha, baixa autoestima, insegurança, choque e confusão, irritabilidade, medo e ansiedade, depressão, raiva, isolamento, perda de interesse em continuar desenvolvendo minhas atividades corriqueiras, sentimentos suicidas, perda de confiança na minha percepção, sentimento violento para com ele, habilidade diminuída ao executar meu trabalho , ou de realizar tarefas diárias.
Foi terrível e só parou qdo fiz denuncia na delegacia da MULHER(Lei Maria da Penha), e agradeço muito a Deus de não ter acontecido uma tragédia, pois até jogar o carro encima de mim ele o fez.
Por isso mulheres ao sinal de qualquer distúrbio de seus parceiros, analise e veja se realmente vale a pena continuar uma relação de mentiras, pois um homem que faz isso com sua mulher não tem qualquer tipo de sentimento amoroso.

Unknown disse...

Prezada anônima,
admiro sua coragem em compartilhar com o blog sua experiência. Felizmente você se libertou do stalker antes que consequências mais graves ocorressem. O importante agora é tratar as sequelas que inevitavelmente acometem as vítimas de eventos tão traumatizantes quanto seu e tocar a vida pra frente! Valeu!

monicavity gmail com disse...

Fábia, passo por algo parecido... Ele faz tudo isso comigo, me diminui, menospreza, discorda de tudo que digo e geralmente eu sou a culpada por tudo que acontece. Se ele fez algo errado, ele reconhece, mas ele consegue convercer a si mesmo que se ele fez algo errado, foi por minha culpa. Porém, 10 minutos depois, ele me trata muito bem, como se NADA tivesse acontecido... Eu me sinto injustiçada e péssima e não consigo largar o relacionamento, mesmo sabendo q é a coisa certa a se fazer... Deixei meu email como url, se puder me responder por email também, ficaria muitíssimo agradecida! Seu texto me ajudou muito!

Clarisse disse...

Olá, lendo todas estas histórias, parece que estou lendo o livro da minha vida...
Estou casada há 22 anos, mas estamos juntos há 26 anos. No início, eu tinha 21 anos, era modelo e achava bonitinho o ciúme que ele dizia sentir e comecei a deixar de fazer as coisar que me agradavam para que ele não sentisse ciúmes. Na época, prestei vestibular, fui aprovada e ele disse "gentilmente" que não iria esperar 4 anos para se casar comigo e eu desisti. Casamos e depois de um ano de casados engravidei, no início foi tudo maravilhoso, pois, nós dois queríamos aquele filho, mas quando completei 5 meses de gestação, comecei a perceber o desprezo dele com relação a mim e com medo de ser mal interpretada, me calei, Três anos se passaram e achei que com outro filho seria diferente... ledo engano, foi tudo muito pior. Quando disse pra ele que estava gravida, ele respondeu: - problema seu, ficou grávida por que quis. Meu segundo filho nasceu e neste dia ele entrou no quarto da maternidade junto com a mãe, o pai e a tia dele, mas como eu estava ainda sob efeito da anestesia, eu não conversava, estava bem sonolenta e foi aí que ele saiu do quarto acompanhado pelos familiares dele e foi embora, me deixou sozinha no hospital. No dia seguinte, pela manhã, ele me ligou, discutiu comigo e bateu o telefone na minha cara. O médico me deu alta e ele foi me buscar, mas da maternidade até em casa, ele passou por todos os buracos da cidade e eu no banco de trás do carro, ia me segurando pra não sentir tanta dor. Fui passar o resguardo na casa dos meus pais e já estava com a intenção de me separar, mas ele foi até lá e implorou para que eu voltasse, que ele ia mudar, etc. Achei que deveria dar mais uma chance e voltei. Nada mudou. Em 2004 pedi a separação, ele saiu de casa e foi morar próximo à casa da mãe dele, eu já não trabalhava fora havia 9 anos, portanto, dependia financeiramente dele e foi aí que me surpreendi. Quando fui verificar as contas dos dois bancos que tínhamos conta conjunta, percebi que ele limpou tudo e me deixou sem nada. Sem nenhum tipo de orientação e percebendo que meu filho mais velho, na época com 11 pra 12 anos, estava abalado psicologicamente, então, pedi para meu marido voltar. Novamente ele prometeu que ia mudar, disse que me amava, blá, blá, blá e eu acreditei. Em 2006 arrumei um emprego em telemarketing, era o que tinha pra mim na época, já que estava mais de 9 anos fora do mercado de trabalho, fiquei por lá quase 3 anos, trabalhando de seis dias por semana, cuidando dos filhos e da casa. Quando começou o corte, por ser a mais velha dos funcionários, fui a primeira a ser demitida. Fiquei desempregada por alguns meses e consegui um emprego temporário no atendimento de uma multinacional; ele ficou inconformado e me perguntou várias vezes, como eu tinha conseguido aquele emprego e mesmo assim eu não sabia, não percebia que isso era assédio. Quando acabou o contrato de trabalho que foi prorrogado por mais 3 meses e depois ainda fizemos um contrato por um ano, recebi a indenização e fiz uma plástica, coloquei silicone e fiz abdominoplastía, tudo sem pedir nem opinião, pois eu tinha o meu dinheiro pra pagar, quando voltei pra casa e ele viu os meus seios, a primeira coisa que ele falou: "Pra que isso?" Em 2011, consegui um emprego bem perto de casa, o salário era pouco, mas era uma oportunidade de retornar ao mercado de trabalho, fiquei lá por 6 meses, fui tão explorada que não aguentei e estou desempregada até hoje. Em setembro de 2012 consegui fazer com que ele saísse de casa, ficamos saindo, namorando... e aí que eu percebi o quanto eu estava sendo burra, ele morando sozinho, sem compromisso nenhum com casa e filhos, saindo e chegando na hora e com quem quiser e eu aqui, cuidando da casa, dos filhos, com hora pra tudo e sem dinheiro pra nada, já que só recebo pensão alimentícia para os meus filhos. Mandei uma mensagem no celular dele, dizendo que queria o divórcio e ele falou que precisávamos conversar e desde então, ele não atende as minhas chamadas.

Anônimo disse...

Me relaciono há quase 10 anos com um homem controlador e extremamente crítico comigo. Não sei lidar muito com a situação e acabo sempre cedendo, às vezes sinto-me humilhada. Não consigo conversar com ele, ele nunca me entende, ou se faz que não entende. Sempre penso se é tudo coisa da minha cabeça! Estou fazendo terapia e vou tentar trabalhar isso a partir da próxima seção, pois só agora pensei nessa possibilidade do assédio moral. Obrigada pelas informações, vou pesquisar mais.

Unknown disse...

Prezada anônima, recomendo também que você dê uma lida no texto sobre os Misóginos. Tem muita coisa interessante lá, que devemos saber para nos prevenirmos dos ataques. Beijos e boa sorte!

Unknown disse...

Prezada anônima, recomendo também que você dê uma lida no texto sobre os Misóginos. Tem muita coisa interessante lá, que devemos saber para nos prevenirmos dos ataques. Beijos e boa sorte!

Anônimo disse...

Olá, bacana esse texto.Quero dizer que homens também sofrem com mulheres assim, especificamente eu. Dez anos de criticas constantes e querer me afastar de todos. Fica brava quando alguem diz que sou legal, gente boa, bonito, quer logo criticar. Tentei entender, abandonar, ficar junto, entender mas jamais adiantou. Trato bem á todos (familia e amigos). Ela ja tentou diversas vezes falar mal para os outros(que imediatamente me contam, situação chata!) e grita e perde a cabeça por tudo.Tento não expor ela aos outros e ver o seu melhor, mas estou cansado( ela ja brigou com uma infinidade de pessoas nesses anos) Dizem que sou bonzinho, tranquilo, mas só queria que desse certo(porem não quero mais) só que não consigo me desvincilhar, ela tem metódos surpreendentes(até usa o cachorro.Temos uma vida bem confortavel e todos gostam de mim, dessa forma não entendo toda brutalidade dela.queria de coração voltar a minha vida.Obrigado

Anônimo disse...

Fabi, nao tenho certeza, mas acho que estou passando pela mesma situação. Estamos juntos a dois anos, a gente namorava, era tudo lindo, eu sabia que ele tinha personalidade forte mais comigo ate entao nunca tinha demonstrado nada de errado. Como eu disse a gente namorava, eu sou muito nova e nunca escutei minha mae e minha familia em relação a isso. Com uns meses de namoro ele ficou sem lugar pra morar e começou a dormi na minha casa, pois sua familia nao era da mesma cidade que eu morava, alguns meses depois eu engravidei, foi um choque, porque como eu disse sou muito nova. E com isso vendo as circunstancias eu me mudei com ele pra casa da minha sogra, nao gostei fui so me deprimindo por ficar longe da minha familia e ele dizia que eu chorava atoa, que eu era preguiçosa, etc. Nao aguentei aquela situação e a gente voltou pra minha cidade, eu achei otimo, so que ele começou a sair e me deixar o dia inteiro na casa da minha vó, e ainda por cima preocupada com ele. Todos da minha familia me falavam que eu era boba de aguentar isso, que eu nao precisava, nesse tempo eu peguei minhas coisas e voltei pra casa da minha mae com a minha filha, foi tudo muito dificil e ainda por cima ele ficava indo la todos os dias, disse que ia mudar, aí apareceu uma proposta de emprego pra mim nessa cidade onde a gente morou e eu acabei voltando. So que essa situação só ta piorando, eu me afastei de todos os meus amigos, nao consigo conversar com ninguem, ele tem um ciume obssessivo, fica falando falando a toda hora que eu to traindo ele, sendo que ele fica o dia inteiro e a noite inteira comigo. Ele é obssecado, eu nao posso olhar pro lado, ele xinga todo tempo, reclama, fala que eu nao sei fazer nada, ele ate adimite as vezes que erra, mais fala que é por minha culpa e que me ama, e acaba me convencendo. Na mesma hora que ele xinga, briga, ele ta normal, faz com quem nao aconteceu nada e ainda por cima fala que eu emburro atoa, nao da nem pra falar tudo aqui. Mas ao mesmo tempo ele fica muito carinhoso e eu nao consigo corresponder porque eu nao esqueço nada que ele me fala, aí acaba que eu me sinto culpada por isso. Ele me faz lembrar meu pai, que me magou muito também, meu pai chegou a me falar que eu nao prestava pra nada, que eu era uma inutil, ele só conversa comigo pra falar isso a gente nunca teve uma relação de pai e filho, eu tinha medo dele apesar dele nunca ter me agredido. Eu nunca disse isso pra ninguem, obrigada!

Anônimo disse...

Meu marido sempre que bebe resolve me dizer se me deixar passarei necessidade e até fome ( *exagero) para enfatizar que possui um poder aquisitivo maior. Da última vez disse a minha enteada que não deve ser como eu pois sou uma pessoa ruim! Hj depois de três anos e lendo algumas coisas percebo que sou mais uma vítima de assédio moral!

Anônimo disse...

Assustador. Conheci essa pessoa com quem vivo há 17 anos. Estava finalizando um relacionamento não queria nada com ninguém, mas ela foi tão legal, se mostrou uma pessoa generosa, compreensiva, sinceramente disposta a me fazer feliz. Encantava a todos, amigos, familiares, colegas de trabalho. Aos poucos foi entrando na minha vida e "consertando" muitas coisas que ela considerava erradas. Foi dando um jeito de afastar meus amigos, colocando defeitos em cada um, até q abandonei todos para não magoa-la. Nessa época eu tinha um emprego q eu adorava e uma carreira sólida construída durante muitos anos. Estava concluindo meu doutorado, fase difícil e de muita pressão. Eu não entendia direito pq ela desvalorizava e desmerecia tanto o meu trabalho de pesquisa. Ao invés de apoio e incentivo, eu recebia críticas e reclamações constantes por trabalhar na tese. Eu acreditava q tudo mudaria qdo eu terminasse e defendesse a tese e pudesse dar mais atenção a ela. Mas isso não aconteceu. Os ataques mudaram de alvo e passaram a ser no meu trabalho. Modéstia à parte eu era muito boa e dedicada no que fazia, além de adorar. Com a lavagem cerebral constante e a dependência emocional q havia fui me desencantando e até perdendo o interesse por tudo q conquistei durante mais de 30 anos de luta. Paralelamente, criamos uma empresa q acabou dando muito certo. Eu acabei pedindo minha aposentadoria e me dedicando somente à empresa, como ela sempre quis. Mudamos para uma cidade grande, como ela queria e trabalhamos muito. A minha esperança era q tudo melhorasse, q nossa vida social ficasse mais ativa, q ela ficasse mais feliz perto da família e dos amigos. Isso não aconteceu. Nos isolamos ainda mais. E a culpa é minha pq não sei me vestir bem, pq sou caipira, pq vou envergonha-la se ela me apresentar seus amigos, pq sou um fracasso como ser humano, afasto as pessoas com grosserias, não sei me comportar em sociedade, não tenho moral, e daí pra baixo... Há épocas q há uma trégua nas agressões. Há outras q são diárias. Há alguns anos atrás fiquei muito doente, não conseguia dormir, tive uma crise esquizofrenica comecei a ouvir vozes q me perseguiam e me julgavam o tempo todo. Passei 5 anos lutando com isso e com ela. Muitas vezes ela me agrediu fisicamente até q um dia eu a enfrentei e isso não aconteceu mais. Qdo fiquei doente ela proibiu minha família de falar comigo. Meu irmão veio até aqui me buscar e eu não consegui ir com ele. Isso causou um problema muito grande na nossa relação. Ela me infernizou tanto q implorei para eles não me procurarem mais. Ninguém entende o q se passa comigo e nem compreendem esse relacionamento doentio. Sinto q já ultrapassei os meus limites. A minha fuga é trabalhar até a exaustão para me manter viva. Não consigo sair dessa areia movediça. ... parece q todas minhas tentativas são anuladas... as vezes finjo para mim q a minha vida é boa, q ganho dinheiro, posso viajar, ter sempre o melhor... mas não estou mais conseguindo... meu único alento são meus cães q sei q gostam de mim. Tenho uma mala de roupas no carro, mas não consigo ir embora. Sei q embora ela me faça todo esse mal, se eu a deixar ela pira de vez. Foi um alento ler essa matéria. .. Eu desconhecia esse assunto, foi esclarecedor e estarrecedor. Vou procurar ajuda. Deu para ter uma idéia de q o problema não sou eu, e eu não estou me fazendo de vitima como ela sempre me diz. Hj não lutei mais contra as acusações e as culpas q ela me põe... são sempre as mesmas histórias, episódios corriqueiros para uma pessoa normal q para ela sào tragédias irreparáveis. .. Vai doer muito, mas vou ter q me livrar da Síndrome de Estocolmo e dar um jeito de sobreviver... Agradeço muito por ter encontrado seu post.