segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Um ato de amor...


Dizem que cozinhar é um ato de amor e eu realmente acredito nisso...e assim como todas as qualidades que possuímos, acredito também que devem ser guardadas para aqueles que realmente as merecem. Afinal, raciocinemos: tem coisa mais doce que preparar com todo carinho a comida preferida da pessoa que amamos?   

Desde menina sempre gostei de cozinhar. Na realidade trata-se de um hobby, repassado por minha mãe aos seus filhos, visto que os três conseguem produzir bons resultados, cada um na sua especialidade, na arte da culinária. Mas igual a minha mãe não existe igual...ela é simplesmente maravilhosa e sempre preparou nossas refeições e prepara até hoje as comidas preferidas pelos filhos e por meu pai também! 

Eu sempre cozinhei: para amigos, para a família, para estranhos, para os amores que passaram por minha vida e se tornaram desamores...e sempre achei que cozinhar para quem se ama era algo que podia ser compreendido da mesma forma como eu compreendia...mas as coisas não são sempre assim, infelizmente...nem todo mundo merece...

Um dia preparando o jantar de alguém que muito amei, ouvi dessa mesma pessoa, num ato de extrema maldade, que eu era uma mulher "que só servia para transar e cozinhar"...difícil foi entender naquela hora o porquê de tanta crueldade, difícil é até hoje compreender de onde vem tanta violência contra quem simplesmente oferece amor...

Até hoje isso maltrata...!

Afinal, alimentar, cuidar e cozinhar para que se ama deveria ser encarado por quem recebe tudo isso como um verdadeiro privilégio, uma homenagem, um puro ato de amor...!

Por conta desse episódio e somado a outras circunstancias bastante traumáticas, passei mais de um ano sem nenhuma vontade de cozinhar para mais alguém, nem mesmo para mim. Infelizmente acabei associando o ato de cozinhar a uma atitude subserviência, quase servil, beirando a idiotização.

Passei a comer fora e considerar o ato de cozinhar uma bobagem, um esforço inútil. Posso afirmar que o "estrago" foi grande, uma vez que um dos meus maiores prazeres foi sufocado pelo peso extremamente pesado da maldade humana...

Mas depois de muita ajuda e esforço, o trauma passou, bem lentamente, de modo que aos poucos, voltei a praticar um dos meus hobbies preferidos!

E passados alguns anos após aquela noite fatídica, posso afirmar que não consigo entender o que transforma um ser humano num monstro, mas acredito piamente, que se um dia o amor pode acabar, a lembrança de ter sido verdadeiramente amado, essa não passa...

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Primeiro seja pai

Fá, tenho 36 anos, sou divorciado e pai de duas meninas de 6 e 4 anos. Tenho uma boa relação com a mãe das minhas filhas e atualmente estou namorando uma moça há 6 meses. Ela tem 28 anos e é independente. Tem um bom emprego mas ainda mora com os pais. O nosso namoro é leve, tranquilo e sem cobranças. Tudo está correndo muito bem e nos relacionamos maravilhosamente na cama, uma delícia! Só tem um problema: ela não quer nenhum tipo de envolvimento com as minhas filhas. Durante esses seis meses venho tentado promover essa aproximação que nunca dá certo. No início ele sempre inventava desculpas para não encontrar as meninas, depois me disse que não tinha jeito com crianças. Quando finalmente consegui renuí-las percebi que durante o encontro minha namorada permaneceu distante, meio fria até. As meninas perceberam e obviamente não "foram com a cara" da "madrasta"...rsrs... Após muita insistência e algumas discussões, finalmente minha namorada decidiu me falar que não quer proximidade com minhas filhas até que o nosso relacionamento seja "firme". O problema é que essa atitude me "esfriou", me decepcionou e até me deixou desestimulado a "investir" nesse relacionamento, porque amo demais as minhas filhas e só pretendo me unir a uma pessoa que as ame também. Enfim, achei a atitude esquisita para uma mulher, mas sou apaixonado pela minha namorada. O que devo fazer???

Tantas considerações podem ser feitas sobre essa situação! Nem sei por onde começar, mas inicialmente digo que sua namorada está certíssima em relação à suas filhas. Afinal de contas, qual a necessidade em apresentá-las tão prematuramente à sua nova namorada? "Nova?", pode você estar pensando. Sim, NOVA, NOVA MESMO! Hoje em dia, um namoro de seis meses entre pessoas adultas é quase nada meu caro, é muito pouco tempo para já apresentar uma namorada à duas crianças de 6 e 4 anos, que ainda não tem condições de processar essas informações. Além do mais, por mais apaixonado que esteja, pense que esse sentimento pode se extinguir da noite para o dia e que daqui há pouco você já pode estar em outra companhia. Isso pode confundir demais as cabecinhas de suas filhas. É um ato temerário e de certa forma irresponsável. Nunca se esqueça que antes de qualquer coisa você é pai de duas meninas e seu comportamento é uma referência a ser seguida por elas até o fim da vida. Tudo o que você faz e que alcança as meninas repercutirá para sempre na vida delas. Isso não é exagero meu. Perceba que uma nova pessoa, no caso, uma nova namorada deve ser apresentada de maneira bem lenta e gradual, sem "forçar a barra" com as meninas, sem exigir que elas gostem da "madrasta" ou se relacionem bem "de cara" com a mesma. Essas conquistas são graduais e serão construídas passo a passo. Dê tempo ao tempo. Espere essa relação "engrenar". Não exija em demasia de nenhuma das suas filhas, nem tão pouco da sua namorada. Respeite também o tempo dela. Analise que de repente ELA ainda não "sentiu firmeza" nessa relação e não quer se envolver com duas crianças de maneira profunda, por medo de sofrer muito numa eventual separação. Vá com calma. Quando uma situação envolve crianças, esqueça de si e pense sempre no bem-estar delas! Por fim, sempre vale o lembrete: ame, preserve e cuide de suas filhas. Você tem todo o direito de namorar, é livre e desimpedido, mas suas filhas sempre devem vir em primeiro lugar! Você não vai se arrepender! ;)

domingo, 4 de agosto de 2013

Ouça o meu conselho...!

Recentemente uma conhecida minha divorciou-se do marido. Agora, desequilibradíssima que está, procura, assim como todo mundo que passou por isso, pertencer a algum grupo que lhe faça recuperar a identidade perdida após o fim do casamento.
É assim mesmo, acontece.
Ocorre que, através de um amigo que temos em comum, recebi um recado vindo dela, de que estaria com muita vontade de sair comigo para pegar “algumas dicas”, pois estava “separada” e gostaria que eu a “ensinasse a sobreviver” após esta amarga experiência que é o divórcio. Diante disso, pensei assim: “Como assim, ‘dar dicas’? ‘Ensinar a sobreviver’?”, poxa, logo eu... Fiquei chateada, confesso. Não sei se é recalque ou coisa mal resolvida, só sei afirmar que imediatamente fui invadida por um sentimento de indignação.
Não posso descrever a sensação só sei que não vim à esse mundo para servir de modelo para nada...muito menos de “MODELO DE SUPERAÇÃO DE SEPARAÇÃO”!!! Deus me livre, que cruz é essa??? E mesmo que quisesse ser modelo para alguma coisa, a última alternativa que eu escolheria seria essa!
Olha, vai aí o meu recado para os divorciados, separados, abandonados, rejeitados, ou qualquer mazela dessas que seja: ISSO VAI PASSAR !!! O desespero inicial é inevitável, o baque é grande e forte, e a queda parece que nunca vai acabar. MAS ACABA! Outra coisa: não se exponha. Não saia por aí bebendo, enchendo a cara, fumando horrores, dando vexame, comprando tudo o que vê pela frente, chorando em público, pegando qualquer um, vestindo-se de forma vulgar, tentando suicídio ou abandonando as suas responsabilidades. É foda, eu sei que é foda, mas passa, ah, como passa!
E outra coisa: PACIÊNCIA! Pode levar um ano, um mês, dois anos, dois meses, só Deus sabe quanto tempo vai levar para que você deixe para trás essa experiência que te deixa um gosto amargo na boca e a sensação de tempo perdido. Você vai ter depressão, pesadelos, insônia, vai perder peso, ficar só osso, vai querer chorar até não ter lágrimas, amaldiçoar aquele que te deixou, querer saber da vida dele, vai acreditar que essa pessoa assim como todos os demais são mais felizes que você, que todo mundo se deu bem no amor, menos você, vai desacreditar do amor e maldizê-lo, vai inclusive achar que todos aqueles que se apaixonam ou amam são falsos ou apenas pobre vítimas desse sentimento maldito...UFA!!! Mas a boa notícia, é que ISSO TUDO PASSA e que dentro em breve, antes que você se dê conta, você estará beijando de novo, amando de novo e transando de novo! Graças à Deus!
E tem mais: enquanto essa dor não passa, aproveite e transforme-a em algo positivo. Faça caridade, escreva um livro, crie um blog, faça pilates, treine para uma maratona, comece uma horta, dedique-se a alguma atividade que antes era impossível realizar em razão do seu casamento. Faça coisas que deixou de fazer porque era casada, vá à lugares que não podia frequentar porque seu marido ou esposa não suportavam, saia com amigos que não via há muito tempo, sim, de preferência aqueles que seu antigo companheiro detestava. Mude o visual, compre roupas novas,  corte o cabelo de um jeito diferente, pegue sol, bronzeie-se, corra e busque uma terapia, se achar necessário.
Só não se rotule tipo “sair com o grupo das divorciadas” ou então "noite das solteiras", para se reunirem e passarem a noite toda falando mal dos ex-maridos, dos homens em geral e ouvindo músicas de dor-de-cotovelo, PELO AMOR DE DEUS! Imagina o pânico dos garçons com esse monte de mulher mal-amada reunida e depressiva dando prejuízo!  Claro, porque se estão deprês, não comem nada e se estão tomando alguma "tarja preta", muito menos podem beber! Que horror !!!
Se tiver um dinheirinho sobrando, faça uma viagem. Tente arrumar a companhia de um amigo, de um parente, prefira estar acompanhada. Mas se quiser investir na reforma da casa, isso também vale super a pena. Se puder até MUDE DE CASA, mas se a grana encurtou por conta do divórcio, pelo menos mude os móveis de lugar. Eu te asseguro que isso funciona!
Assim, talvez, seguindo estes conselhos, você consiga prosseguir nesta estrada difícil de uma maneira menos traumática. É difícil, mas não impossível.
E um belo dia, depois que essa maré braba passar e você tiver redescoberto o quão forte é, as coisas boas que é capaz de fazer por si só, ter orgulho do seu trabalho, da sua família, da sua integridade, quando estiver curtindo viver sozinha por um tempo, UM OUTRO AMOR APARECERÁ!

Pronto! Nesse dia pode me convidar para sair! Vamos tomar umas cervejas e eu terei todo prazer do mundo em te ouvir. Ouvir a tua história de superação, saber que você venceu, dar boas gargalhadas e agradecer a Deus por tudo aquilo que viveu e conquistou!

sábado, 20 de julho de 2013

A felicidade é uma questão de escolha!

Sabe, não quero me gabar, não, mas Deus me deu muita sorte nessa vida, definitivamente.

Porque me deu a possibilidade de sentir, mas também me concedeu o incrível dom de esquecer instantaneamente, no tempo certo. Não quero que pensem que não sofro com minhas quedas, nem que tão pouco sinta a dor dos baques que levo, longe disso, quem me dera!

Sinto muito, muito mesmo, cada decepção, cada mentira, cada ilusão que se vai, cada sonho que se desmancha. E sofro imensamente. Choro, me descabelo, emagreço, fico deprê, calada, sisuda, amarga, introspectiva . E só Deus sabe quanto tempo dura essa maré: 1 dia, 1 mês, 1 ano, dois anos até...

Mas o bom da vida e o bom em ser filha de Deus, é que tudo tem um momento para começar e outro para terminar. E nesse contexto se inclui o sofrimento. Sim. Porque na experiência do sofrimento, aprendemos que ele está aí para quem quer, da mesma forma que a felicidade. É tudo uma questão de opção. E gente só compreende isso se um dia foi muito feliz e também muito infeliz. Chega uma hora que você para e pensa: eu quero continuar a ser infeliz assim? Tá valendo a pena? Tô ganhando alguma coisa com isso? 

E a partir daí a gente recomeça a construir a nossa felicidade, como quem constrói uma casa que vai receber uma visita: prepara o alicerce, esboça os cômodos, economiza, sugere melhorias e volta a sonhar com aquilo que julgava ser impossível outrora. E começa a obra da nossa vida!  Consciente ou inconscientemente, segue em frente e em pouco tempo aquele chão vazio e frio que ali existia já comporta uma nova casa, uma nova vida, uma nova estrada preparada para novos sonhos e experiências.

E decidindo ser feliz, a lembrança do sofrimento passa a ser distante, tão distante que relembrar o passado dá muito trabalho, mas tanto trabalho que às vezes nem vale a pena ficar buscando na memória aquilo ou aqueles que se foram...principalmente quando se volta a sentir novamente aquele gostinho delicioso da felicidade....fresquinho, carregado de coisas boas, novas e saudáveis!

Pois é...Eu tenho certeza que uma hora dessas qualquer você, assim como eu, vai se pegar fazendo força para se lembrar do que passou e vai se surpreender ao perceber que aquelas lembranças sofridas  já se perderam, deixaram de fazer sentindo, parecendo até que não aconteceram com você, como um filme que assistiu há muito tempo e não se recorda mais...e vai ser de uma hora para outra, assim, do nada, sem que haja a oportunidade de registrar o momento exato em que o teu sofrimento evaporou...!

E em seguida virá uma perplexidade fantástica, seguida de um sorriso de orgulho e susto... quer apostar ??? Quando acontecer, me conta, por favor...! rsrsr


E nesse dia, merecidamente não esqueça que vale a pena comemorar essa sorte que Deus te deu e de agradecer sinceramente à Ele por ter tido a oportunidade de escolher ser feliz! 

sexta-feira, 19 de julho de 2013

A família do ex

Oi Fá.  Tenho vivido uma situação desconfortável: há aproximadamente dois anos me divorciei de uma forma extremamente dolorosa. Apesar de ter cortado relações com meu ex-marido, continuei a me comunicar com a família dele numa boa, pois durante o tempo em que ficamos casados sempre me dei muito bem com todos eles, inclusive com a minha ex-sogra! Acontece que de uns tempos pra cá, tenho percebido que pouco a pouco os nossos laços estão ficando a cada dia mais frágeis. Se eu não ligo para saber notícias, eles tão pouco ligam para saber de mim. Eu fico num grande drama de consciência pois em determinadas situações sinto muita mágoa por me sentir novamente abandonada, agora pela família, mas ao mesmo tempo, acho necessário romper os laços para "virar a página" e partir pra outra. Qual sua opinião sobre essa situação? Ficaria bastante feliz em saber! Beijos e obrigada!
 Prezada anônima, não se sinta abandonada, desprezada, humilhada nem tão pouco diminuída em razão desta situação. Considere que por conta deste malfadado casamento que terminou de forma traumática, como posso presumir, você já sofreu o suficiente e precisa se fortalecer para retomar a sua vida. Observe que havendo essa proximidade com a família do seu ex, essas pessoas também sofreram com seu afastamento e certamente processaram a dor de uma forma diferente do seu modo. De repente para eles, uma forma eficaz de amenizar a dor pelo fim da união é afastando-se de você. Não julgue, nem nutra no seu coração sentimentos negativos por estas pessoas. Se elas se afastaram, com certeza tiveram motivos muito relevantes para isso, que nada tem a ver com você, e sim com elas próprias, por isso nunca se coloque como vítima, nem se considere descartável em razão destas atitudes. A situação mudou e hoje é outra bem diferente, na qual você não mais se insere. Pense que de repente seu ex-companheiro já tem outra pessoa e que talvez a proximidade com você possa gerar constrangimento na família, em razão da nova companheira, é uma hipótese. Pense também que se nos dias de hoje as pessoas se distanciam naturalmente em situações normais, imagine nesta que você descreve, que envolve dor, separação, trauma. Pode ser que a família dele tenha vergonha de você, pela forma como as coisas se desenrolaram, pelo comportamento demonstrado pelo seu ex-marido, enfim, tantas justificativas podem explicar o afastamento...Eu pessoalmente, acredito que os laços de amizade não precisam ser rompidos entre ex-mulheres/ex-maridos, com a família dos seus antigos companheiros, principalmente se havia uma convivência saudável e amiga. É injusto, que por conta dos erros de uma única pessoa, boas amizades se desfaçam por completo. No entanto, tudo isso exige esforço e equilíbrio dos dois lados e nem todos estão preparados para isso, principalmente nos momentos imediatamente posteriores, quando todos estão ainda muito sensíveis. Questione-se também se seu interesse pela família do ex não tem como finalidade tão somente MANTER-SE INFORMADA SOBRE A VIDA E A ROTINA DELE. Nesse caso, eu recomendo o AFASTAMENTO TOTAL, SEM NENHUM TIPO DE CONTATO. Mas se as coisas não são assim, não vejo problema algum. Não esqueça que esse mundo é pequeno e que a vida é muito vasta. Um dia pode ser que todos se reencontrem e quem sabe retomem essa amizade, mais amadurecidos, com as feridas devidamente fechadas! Mas enquanto esse dia não chega, tenho uma sugestão: dedique-se à SUA FAMÍLIA. Às pessoas que estão ao seu lado agora e que te ajudaram a levantar neste momento crítico. Pare de se preocupar com quem está longe e afastado. Concentre-se na sua saúde física e mental, no seu trabalho, nas suas coisas. Deixe esse passado para trás e se for necessário, algumas pessoas também. Entenda que é assim que funciona a vida, e bola pra frente!

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Com licença, eu vou à luta!

Deixei tudo pra trás, Fá: casa, conforto, família  até meu emprego para acompanhar meu marido que conseguiu um emprego novo numa cidade totalmente desconhecida por mim. Tal como combinamos, ele foi na frente, para arrumar um lugar para morarmos, enquanto eu permaneci na nossa cidade natal, aguardando o término do semestre letivo dos nossos filhos (temos dois filhos - 2 e 5 anos) e a minha rescisão (pedi demissão). Foi difícil. As crianças estavam adaptadas a escola e eu contava com todo o suporte dado por minha mãe e irmãs na criação dos meus filhos, enquanto eu trabalhava durante todo o dia. Eu era professora há 10 anos e fui estimulada por ele a acompanha-lo, afinal, como ele mesmo dizia "eu era ou não a sua companheira?". E assim ficamos separados por aproximadamente 6 meses, nos falando todos os dias, quando, ao termino do semestre letivo, com a casa alugada na nova cidade, chegou a hora da mudança. Logo na chegada, fui surpreendida com a recepção: ao contrario do que eu imaginava, tudo transcorreu de uma maneira bem comum, como se estivéssemos nos vendo todos os dias. Pelo menos com as crianças ele foi diferente. Muitos beijos e abraços. Para mim, nada...Chegando na casa nova, outra surpresa: a casa estava COMPLETAMENTE bagunçada, parecendo casa de homem solteiro, farrista, sem a mínima estrutura para nos receber...eu nao estava compreendendo nada. Quando reclamei ele respondeu que "eu nunca estava satisfeita com nada" e que "deveria dar graças a Deus por ter um teto para morar". Nessa hora so senti vontade de ir embora, mas as crianças estavam super felizes e morrendo de saudades do pai...Com o passar do tempo, fui percebendo gradativamente que o homem com quem estava casada há 8 anos havia, em somente 6 meses, se transformado num estranho. Começou a viajar demais sem dar a mínima satisfação. E se eu pedisse alguma, ele alegava que eu o estava sufocando. As viagens duravam 3,4,5 dias. Eu estava desempregada, muito triste e ainda tinha que dar conta da casa, das crianças e dele também. Cozinhava, lavava, limpava e ele a cada dia mais distante e estranho, com outros hábitos, e costumes. Até que um dia ele me falou que eu era uma mulher que só servia para "transar e cozinhar"...para mim foi pior que levar um tapa. Finalmente, deixou de me procurar, nao transávamos há mais de um mês. Resolvi verificar seu celular e encontrei as mensagens de uma outra mulher, dizendo que estava com saudades dele...Começou a me apelidar de maneira humilhante, a me criticar ferozmente...e por fim, desapareceu por 3 semanas, me deixando completamente só com meus filhos. Eu ligava e ele desligava na minha cara. Quando reapareceu, pediu a separação e disse que nem gostava tanto assim de mim...Fá, estou acabada e deprimida. Minha família pede para que eu volte, mas sinto uma profunda vergonha em voltar para casa e para a minha cidade abandonada com dois filhos, fracassada e sem emprego. Ele não tem ligado nem para falar com os filhos. O que pode ter causado isso? Como pode um casamento se acabar em tão pouco tempo? Não sei o que fazer. Preciso de ajuda.

Querida, vou tentar resumir aquilo que você já desconfia (ou sabe): a verdade, por mais dolorosa que seja, é que esse seu marido é um verdadeiro canalha, não é? Um verdadeiro monstro...! Me desculpe o excesso de objetividade, mas é que nessa situação, onde existem duas crianças inocentes, medidas drásticas devem ser urgentemente tomadas, a fim de prevenir maiores danos, para você e para elas. Na realidade, eu gostaria muito que a sua família lesse esse post, pois imagino que nesse exato momento você não tem condições físicas, nem psicológicas de tomar qualquer medida coerente diante dessa situação. No entanto, havendo duas crianças envolvidas , você é praticamente obrigada a manter a calma e tentar colocar sua cabeça no lugar pelos menos enquanto não reencontra a sua família, que nesse momento é o seu ÚNICO E VERDADEIRO ESTEIO. E nesse momento, o que menos importa foi o que levou esse insano a fazer o que fez...problema é o dele e mais tarde, com certeza, ele receberá o troco de volta. É só uma questão de tempo. Assim, eu tenho alguns conselhos fundamentais que devem ser seguidos, sob pena de mais tarde você se arrepender amargamente por você e seus filhos. Primeiro: Vá embora imediatamente desta casa. Saia de perto deste homem que um dia foi seu marido e hoje é apenas o seu agressor e algoz. O convívio com esta pessoa atualmente é uma tortura para você e seus filhos. Ele já deu claros sinais de que não se importa com a família, do contrario estaria lhe dando apoio neste momento difícil de transição. Mas ele é muito egoísta para isso, então, caia fora deste "circo dos horrores" hoje, e volte para a sua família, que lhe ama, lhe apoia, e receberá você e seus filhos de braços abertos. O segundo conselho: não sinta vergonha em voltar para casa sem esse traste que foi o seu marido! Você é uma vitoriosa e abençoada por Deus, porque se livrou de um homem mau caráter, sem consideração. Porque tem uma família que deseja a sua volta e porque sobretudo, TEM PARA ONDE VOLTAR! Pense nisso! E finalmente o último conselho: CONTRATE UM ADVOGADO. Lute pelos direitos dos seus filhos e não perca tempo. Volte para a sua cidade, organize a sua vida e a deles. Busque um profissional competente, garanta o direito dos seus filhos, afinal ele é um canalha, mas sempre será o pai das crianças. Quanto à você, retome sua vida, arrume um emprego, fique linda, faça terapia se precisar, siga em frente sem olhar para trás, não dê chance de retorno para esse babaca e seja muito, muito, muito feliz, que é o que você verdadeiramente merece ser!

domingo, 23 de junho de 2013

Peça perdão


Nos caminhos que trilhamos nesta vida, rumo ao amadurecimento, nós sofremos e fazemos sofrer. E nesse trajeto por muitas vezes fomos injustos, cruéis, egoístas, inclusive insensíveis às dores daqueles que machucamos com atos, palavras e comportamentos imaturos, indignos e injustificáveis, quiçá imperdoáveis....Mas passado algum tempo, adquirindo uma certa vivência e também sofrendo na própria carne as dores que causamos em outros no passado, temos a chance de repensar e reavaliar os nossos atos de outrora. E nesse momento uma onda terrível de arrependimento nos cobre! 
Se você está refletindo sobre isso, se vive algo semelhante nesse instante, aproveite e comece a elaborar dentro do seu coração a possibilidade de fazer um pedido de perdão. Sincero, sem mentiras ou meias palavras. 
Sem segundas intenções, genuíno.
Ás vezes aquilo que mais desprezamos no passado pode ser a salvação da sua vida agora: um amigo, um casamento desfeito, um trabalho negligenciado, um filho esquecido, um irmão brigado, o pai ou a mãe... Quantas famílias poderiam estar novamente reunidas e quantos relacionamentos reestruturados por conta de uma única frase: "me perdoa."
O medo, o orgulho ou até a descrença na bondade de Deus podem te fazer desistir desse passo e você pode até achar que o tempo passou e que não adianta mais voltar atrás para corrigir um erro do passado. 
Nada disso...!
Acredite e confie. Busque e tente consertar o mal causado. Peça perdão, hoje mesmo!
E entenda que a maior obra de Deus que pode acontecer na sua vida começa dentro de você!

sábado, 8 de junho de 2013

MISÓGINOS (Homens que odeiam as mulheres): Já ouviu falar?

Pessoal, encontrei esse material no blog da Dra. Adriana Pimentel. Achei tão bacana e revelador que resolvi compartilhar e divulgar.

Na realidade existem muitas mulheres que passam ou passaram pela experiência descrita no texto e sentindo-se impotentes diante dos fatos, permanecem perplexas e traumatizadas, sem saber como se comportar.

Acho que este texto ajuda bastante, esclarecendo dúvidas e trazendo à baila uma realidade que pode ser até agora desconhecida.

Dê uma lida e após uma reflexão, deixe o seu comentário!

Beijos e boa sorte,

Fá.

"Misógino? Misoginia? O que é isso?


Bom, tenho encontrado algumas clientes no consultório que estão entrando em contato com essa realidade. Elas começam a falar de seus namorados, maridos, companheiros, dizendo que não entendem a forma como eles agem com elas.


Misógino é uma palavra grega utilizada como referência a quem odeia mulheres: miso (odiar) e gyne (mulher).
Isso mesmo, não se espantem a palavra é: odiar.



Vejam bem: no início, esses homens são completamente galanteadores, amorosos... Mas que ao longo da relação eles começam a usar de uma tortura psicológica incrível, fazendo com que sua companheira se sinta culpada, incapaz, inadequada... Tudo isso através de insultos, momentos de raiva e de críticas constantes; revertendo assim o foco da situação deixando a mulher confusa e oprimida, pois elas demoram a acreditar que aquele homem “maravilhoso” agiu daquela forma.


Os insultos são tão constantes que é como se fosse uma lavagem cerebral. Fico impressionada como as minhas clientes reagem a isso e como demonstram tal opressão, é como se eu enxergasse uma criançinha, daquelas completamente tolhidas na minha frente, sem realmente terem condições de fazer nada, mais justamente por serem crianças.

Quando essas mulheres começam a descobrir, ou melhor, a aceitar que estão do lado de um misógino começa-se o trabalho de resgate dessas mulheres. Como assim de resgate?
É a elevação da auto-estima e da percepção do homem que está ao lado delas, entendendo que esse comportamento deles, é plenamente inconsciente. 
Todos os artigos que falam sobre misoginia, citam o livro: “Homens que odeiam suas mulheres e mulheres que os amam”, de Susan Forward e Joan Torres, da editora Rocco. Neste livro ela aborda sobre o misógino e como as mulheres podem reagir ou escolher fazer em relação a eles.
Rita Granato em um de seus artigos cita explicitamente as formas que um misógino têm de OPRIMIR sua parceira:

• Através da negativa: ele nega o corrido, levando a parceira a questionar sua acuidade, e a validade de sua memória. Assim não há jeito de se resolver os problemas com alguém que nega sua existência e insiste que nunca ter existido o que a mulher sabe ter ocorrido

• Através da alteração dos fatos, o misógino reformula o fato para se ajustar a sua versão, faz alterações drásticas e amplas nos fatos, a fim de chancelar sua versão da historia.
• Alega que está se comportando mal, como reação a algum desvio de sua parceira, é como se seu comportamento afrontoso passa a ser uma reação compreensível a alguma terrível deficiência ou provocação da parceira. Transferindo a culpa ele se protege: absolve-se do desconforto de reconhecer sua participação no problema e convence a parceira que suas deficiências de caráter soam o verdadeiro motivo das dificuldades na vida em comum.

• A parceira não pode protestar, e se a parceira o faz, ele fica mais furioso. Ele encara a reação como um ataque pessoal e como prova das inadequações da parceira. Ele transforma a parceira em culpada e ele a própria vitima. Isto acontece, pois ele está mais preocupado em desviar a culpa de si mesmo do que em reconhecer a angústia que causa à parceira.

• Se o misógino se sente ameaçado de perder alguma coisa que lhe é importante, e sentindo-se humilhado, é bastante provável que a balança se incline para a brutalidade. Para ele através do medo poderá controlar melhor sua parceira.

• Se a parceira tiver alguma atividade significativa que o misógino encare como ameaça, ele fará testes de sua devoção, fazendo com que a parceira reduza drasticamente seu mundo. Esse tipo de ciúmes e de possessividade se estende a todos os aspectos de vida. Qualquer coisa que a parceira faça que esteja fora do controle do misógino, ou seja, encarada como uma ameaça a ele deverá ser abolida. 

• Entre todas as coisas ineficazes que uma mulher pode fazer, tanto consciente como inconscientemente, para tornar o relacionamento menos doloroso, a CONIVÊNCIA é ao mesmo tempo a mais sutil e mais destrutiva para ela. No momento que ela entra em conluio com ele, a mulher perde de vista o que acontece de fato entre os dois. Sua distorção da realidade para se ajustar à visão do parceiro indica que suas percepções estão completamente fora de foco.

Ainda baseado no livro de Susan Forward e Joan Torres , Sônia Nemi discorre que:
“Ao primeiro contato com um misógino, em geral, ele é considerado um gentleman. Ele é o homem que conquista a mulher de uma forma deliciosamente amorosa e sedutora e passa a ser por ela descrito através de uma farta lista de superlativos. Ele é tão intensamente maravilhoso que fica impossível para a mulher atribuir a ele qualquer responsabilidade dos problemas da relação quando estes começam a acontecer.

O contrato relacional velado se define no início do relacionamento quando o homem vai, aos poucos, verificando até onde pode ir com o seu estilo controlador e manipulador. À medida que a mulher evita confrontá-lo tentando ser boa para preservar a relação, ela está estabelecendo um tópico contratual que configura o contexto para a atuação do misógino, ao tempo em que ela vai enfraquecendo. Como diz Susan Foward: “ela contrata amor e ele controle”.

Esse controle se evidencia nas armas abusivas em que as palavras se tornam, através das quais as críticas e ataques são feitos, até alcançar o controle da sexualidade e o controle financeiro. Mesmo que a mulher tente agradá-lo, tudo que ela faz está errado e ele a convence de que ela é culpada. 

Quando as explosões repentinas do homem começam a acontecer, mais elas são sentidas como ameaças veladas pela mulher que fica perplexa e cada vez confusa com o que dá errado. Ela passa a “pisar em ovos”, medindo as palavras, para falar com ele. A forma sutil como ele a desqualifica impede que ela possa perceber que é isso que mina a sua auto estima. Ela se torna irreconhecível, principalmente se antes era uma mulher independente financeira e emocionalmente, uma vez que definha. 

Os argumentos utilizados pelo homem parecem tão lógicos e tão cheios de interesse pelo bem da relação que, a mulher vai, cada vez mais afundando no seu pântano emocional. Tudo que ele quer é que ela demonstre seu amor por ele, sendo compreensiva e conhecendo-o tão bem que seja capaz de atender suas necessidades, sem nunca se aborrecer com ele. Com o tempo, a relação parece uma gangorra onde de um lado ele estoura e do outro se arrepende, pede desculpas e se torna o homem maravilhoso do início do relacionamento.

Apesar da descrição devastadora do misógino, ele não tem consciência do seu funcionamento e sequer se dá conta da dor do outro. A construção de tal dinâmica pessoal pode ser entendida a partir da sua história, na família de origem, quando vivenciou sofrimento psicológico o qual não poderia evitar. 
O misógino é filho de uma relação conturbada onde aprendeu, observando seus pais, que a única maneira de controlar a mulher é oprimindo-a. Ao lado disso, ele pode ter sentido que a sua mãe não poderia existir sem ele, já que seu pai a maltratava; ou ainda, ele pode ter tido uma mãe que o oprimiu ou rejeitou, ao lado de um pai passivo.

Qualquer que tenha sido a sua história, o misógino está na fase adulta “atuando” a sua dor de “criança” ferida, buscando desesperadamente ser amado ainda que de uma forma equivocada. 

No caso da mulher que escolhe formar uma relação com um misógino é possível que ela tenha sido infantilizada pela sua família de origem e busque no seu parceiro o apoio, suporte e amor que não recebeu do seu pai, ou talvez ela teve uma mãe que desqualificava o pai; ela pode também ter vindo de uma família tão caótica que desde cedo ela aprendeu que toda relação é problemática e que ela como mulher não tem chance.

Ainda que o misógino seja visto como algoz e a mulher como vitima, esta também contribui para que tal padrão relacional se implemente e perdure. A mulher instiga o misógino a atuar na medida que ela não estabelece limites claros, diferenciando-se dele e ocupando seu próprio espaço na vida e na relação. 
O homem e a mulher nessa relação estão interagindo dentro de seus próprios papéis; da mesma forma que um círculo não tem começo nem fim, a relação se desenvolve sem que se possa indicar um culpado. Um “precisa” do outro para continuar com o padrão, mas para sair dele um dos dois precisa funcionar de uma forma nova. 


- Uma mulher que sofre numa relação como essa pode

 (1) manter-se submissa para preservar seu homem, (2) separar-se, ou (3) construir uma nova relação com o mesmo homem. 

Aquelas que escolhem a terceira opção terão que resgatar sua auto estima, assumir o seu lugar no mundo e na relação, estabelecer limites claros e ser firme ao se posicionar diante do seu parceiro. Ela provavelmente precisará de suporte terapêutico até que se tenha fortalecido. É possível que, à medida que ela conquiste seu objetivo, o seu misógino desista do lugar de algoz para ficar ao seu lado ou desista da relação. Se ela sente que o ama, precisará amar a si mesma também para ter coragem de correr o risco de “perdê-lo”.
De qualquer forma dificilmente um misógino busca terapia e, se assim o faz, tão logo se fortalece interrompe o seu processo. Parece que o sofrimento do seu mundo interno é tamanho que ele não suporta ter que contactá-lo através da análise da sua dinâmica e efeito do seu comportamento no outro; para tanto ele teria que admitir que é co-construtor das dificuldades da sua relação e que é, na verdade, um homem sedento de amor. Ele teria que admitir que é o único responsável pelo seu auto preenchimento.

Se você, ao terminar de ler esse material, acredita que pode estar se relacionando com um misógino; se suas dúvidas se confirmarem. Busque ajuda terapêutica, pois, sozinha fica pesado demais para você dar conta de tudo que precisará fazer para cuidar de si mesma”. 

Bom acredito que aqui tem explicação suficiente para vocês entenderem um pouco mais do universo masculino quando esta característica se apresenta. Qualquer coisa estou por aqui.
Ah! Um detalhe as minhas clientes que descobriram esse homem... Umas continuaram a relação, escolhendo a terceira opção do livro e outras se separaram e descobriram novas relações. O que a gente percebe de tudo isso é que não existem regras únicas, mas sim o conhecimento que ajuda em muito nas nossas decisões."



Fonte: “Homens que odeiam suas mulheres e mulheres que os amam”, de Susan Forward e Joan Torres, da editora Rocco; Rita Maria B. Granato; Sônia Nemi

domingo, 19 de maio de 2013

Aos alunos, com carinho!

Durante 15 anos da minha vida, primeiro nas aulas de inglês e depois nas de Direito, exerci a docência. 


Confesso que mesmo aos trancos e barrancos, cometendo meus erros, muitas vezes sendo intransigente, as vezes sendo seca demais, rigorosa demais ou pouco política paguei caro por atos e atitudes que talvez hoje não repetiria.

No entanto, apesar de todos os pesares da vida acadêmica, só posso dizer que tenho as melhores recordações e muito orgulho por tudo o que fiz e vivi.

E hoje, fora da docência há aproximadamente 2 anos, só tenho colhido os melhores frutos destes anos de dedicação ao ensino, principalmente quando reencontro meus ex-alunos, quer seja no Fórum, ou em outros órgãos públicos, ou nos momentos de diversão.

Nessa ocasiões é verdadeiramente gratificante receber e sentir o carinho daquelas pessoas que passaram na minha vida, amadureceram, cresceram e demonstram com extrema generosidade e simplicidade a gratidão pelo esforço dedicado nesse anos de trabalho árduo.

E nessas horas eu me sinto emocionada e recompensada, pois confirmo no meu íntimo que tudo valeu a pena!

Assim, eu gostaria de agradecer e homenagear imensamente todos os meus ex-alunos pelo carinho que recebo de vocês até hoje, por tudo que vivemos juntos, pelas lições que aprendemos juntos, uns com os outros e principalmente com a vida, que acima de qualquer coisa é a nossa maior professora!

Um grande beijo a todos e muito obrigada!

Da sua professora Fábia.

domingo, 28 de abril de 2013

Uma promessa cumprida


 *Essa é uma história verídica.

Ela era uma trabalhadora.
Dava duro de sol a sol atrás de um  caixa de ônibus e cumpria jornada dura, às vezes dupla.
Era cobradora de uma empresa de ônibus e durante o dia aguentava tudo calada: falta de troco, grosserias dos passageiros, cantadas, bêbados, reclamações e até assaltos!
Mas resistia bravamente, afinal, tinha marido e dois filhos. E as coisas não estavam fáceis, pois ele estava desempregado e fazia alguns “bicos” para ajudar em casa.
E os meninos, que eram bons filhos, precisavam estudar e não tinham pedido pra nascer, e ela tinha compromisso.
E assim levava o dia aguentando toda sorte de dificuldades. E quando chegava em casa, depois de um dia de trabalho, cumpria com zelo e paciência as obrigações de mãe e mulher.
Fazia janta, olhava as lições e apesar do cansaço absurdo, e quando o marido estava por perto, até namorava um pouco para esquecer a dureza da vida, afinal, ainda corria sangue em suas veias...
Até que um dia, em meio a uma greve do seu setor, fora liberada em razão do grande alvoroço causado na cidade. Os manifestantes ficaram violentos e a reação da polícia, obviamente não foi das melhores.
E como não tinha outro jeito, voltou para casa para não arriscar-se desnecessariamente na rua. Mas ainda assim muito preocupada com os meninos, que há essa hora deviam estar na escola.
Já que ia almoçar em casa naquele dia, resolveu passar no mercado e comprar alguma coisa diferente para o almoço, para dar uma alegria à família, num dia como qualquer outro...
E quando abriu a porta a vida mudou para sempre, repentinamente.
Foi quando ela viu, que o seu companheiro, sustentado por ela, na sua própria cama estava com outra mulher.
E naquele segundo ela relembrou das dificuldades atravessadas, das privações, das brigas, das madrugadas perdidas, do jantar que tinha que fazer, das crianças na escola, do crediário atrasado, da luta diária, do sufoco para criar os filhos e cuidar do marido, das  suas cobranças, das críticas feitas por ele sobre sua comida, seu corpo, sua aparência  e sua performance na cama, lembrou também de como andava cansada de tanta luta...
E sem pensar duas vezes, desferiu-lhe dois golpes de faca certeiros no peito e não chorou, mesmo vendo-o cair na sua frente. Morto.
E para a mulher, que fugira seminua e em estado de choque só deu tempo de jurar: “Vou me entregar, mas na primeira oportunidade que sair da prisão, volto para te matar.”.

E assim fez.

Foi num indulto natalino que Maria do Carmo, depois de cumpridos 6 anos em regime fechado, ceou com seus filhos e mãe, e logo que todos dormiram, saiu de casa munida de lembranças, muitas mágoas,  raiva, uma promessa por cumprir e uma faca na bolsa.
Bem calmamente procurou por sua vítima e encontrando-a e cumpriu sua promessa na noite de Natal.
E tranquilamente retornou no dia seguinte para a prisão, deixando definitivamente o passado para trás.


sábado, 13 de abril de 2013

"Desculpa Amor, mas o que passou, passou...!"

Então se passaram sete anos desde aquele encontro fatídico, quando ele olhou bem nos olhos dela e falou: "Encontrei a mulher da minha vida...!" 
Ela, com ar de desdém de quem sabia tudo, lhe perguntou: "Ora, sou eu, não é?". 
E ele, de maneira absurdamente tranquila respondeu calmamente: "Não...ela é maravilhosa e nos encontramos enquanto você estava viajando...Nos identificamos de cara!", disse ele, de modo feliz e evidentemente egoísta, como só as pessoas apaixonadas sabem ser, pouco se importando com o que aconteceria depois e com ela...
Depois desse dia, muita coisa mudaria na vida dos dois...
Ela sofreu, sofreu demais, e por conta disso, para aplacar a dor se atirou "de cabeça" nos altos e baixos da vida, subindo e descendo, sem pensar no dia de amanhã. 
Ele casou com a sua nova paixão, constituiu família e pouco a pouco foi tentando levar a vida como qualquer homem normal.
Ela chorou muitas vezes e sentiu profundamente o abandono. Mas aos poucos voltou a enxergar a vida de uma maneira mais leve, e lentamente foi esquecendo o sofrimento e conseguiu até amar de novo...
Ele teve filhos, ela não. 
Ela se casou e nessa mesma época, ele se separou do seu grande amor pela primeira vez. Foi quando voltou a pensar nela e sentiu uma pontada de culpa...Mas ela já nem lembrava mais disso, pois estava muito ocupada com sua atual grande paixão. 
Ela vivia um sonho, num mundo de sonhos. Ele, depois de experimentar a temida solidão, reconciliou-se com sua mulher e com a vida de casado. Ela ainda vivendo um sonho, já tinha esquecido da existência dele na sua vida e nem lembrava de qualquer outro amor que tenha vivido, pois acreditava sinceramente ter encontrado o "homem da sua vida".
Mas um dia o castelo de sonhos dela repentinamente, sem mais nem menos ruiu, desapareceu, sumiu. 
E o dele, juntamente com a "mulher da sua vida", já não existia há muito tempo.
Mas um dia, depois de tantas idas e vindas, se reencontraram por acaso, ambos solteiros, casamentos desfeitos, alguns sofrimentos, muitos aprendizados e sete anos mais amadurecidos. 

E assim, sentaram e decidiram conversar:

Numa necessidade inexplicável de se justificar, com sete anos de atraso, ele disse:
"Eu queria te pedir desculpas pelo sofrimento te causei...eu fui muito cruel contigo..."
"Não precisa pedir desculpas...eu nem lembro mais disso!", ela respondeu sinceramente.
"Mas eu fui muito sacana, te fiz sofrer...!"
"Meu querido, sabe de uma coisa? Desde aquele dia que nos separamos, eu já vivi tantas coisas, que nem lembro desse sofrimento...! Sabe do que mais lembro da época do nosso namoro? Do quanto a gente se divertia quando estávamos juntos! Olha, a vida é muito vasta...esquece a parte do sofrimento!"

Conversaram longamente, sorriram e relembraram o passado, como dois bons amigos.
Ele a elogiou, e a achou mais bonita. 
Ela  particularmente o achou meio envelhecido..."é a vida", pensou...
Até que um dia bateu nele uma saudade acompanhada da vontade de ligar para ela... e ligou.
Só que naquela altura, o passado para ela, já não importava mais, inclusive ele e muito menos a mulher que ela foi para ele.
Nada disso fazia sentido depois de tantos anos...
Foi por isso que quando seu celular tocou, ela não o atendeu. 
E vendo a insistência com que ele lhe ligava, pensou: "Desculpa Amor, mas o que passou, definitivamente passou!"

E sem esboçar alegria ou tristeza, simplesmente seguiu em frente, e  tocou sua vida, de cabeça erguida, deixando de forma definitiva ele e o passado bem guardados, nos seus devidos lugares: lá atrás!

sábado, 16 de março de 2013

Paixão platônica? Cuidado!!!!


Minha situação é difícil, pelo menos eu acho difícil.Tenho uma paixão platônica por uma garota, que se tornou recorrente, já faz uns três anos, vai e volta, vai e volta... Bem, essa garota é muito parecida comigo em muitos aspectos: gostos pessoais, profissionais, amizades, etc. É apaixonada pela Arte, assim como eu. Temos uma visão de futuro semelhante, enfim, muitas afinidades. Além dela ser linda, de bom coração, meiga, super amiga de todo mundo, aquela menina que não se encontra quem não goste. Agora é que vem o 'bode'. Ela é 20 anos mais nova que eu e tem namorado. A idade não é problema para mim, mas não sei o que ela pensa sobre isso. E não tenho muito conhecimento a quantas anda o relacionamento dela. O que vejo pelo Facebook, pelas fotos, e pelos momentos que os vi juntos, é que não parecem um casal apaixonado, apesar de se darem bem. Posso estar enganado, é claro. De todas as garotas que eu já sonhei para mim ela é a personificação da menina perfeita. Nunca acreditei nesse papo de 'alma gêmea' até o dia que a conheci. Nunca cogitei na minha vida, me intrometer no relacionamento de ninguém. Sei dos riscos. E o principal, que mais me assusta, seria se ela se afastasse de mim, sabendo dos meus sentimentos, até para que isso servisse para apagar essa paixão. Na prática esfriaria tudo até a amizade. Isso eu não quero! O que sempre tentei fazer foi mostrar a pessoa legal que sou, das formas mais evidentes possíveis, e fico torcendo para que isso desperte algo a mais. Sei que não posso forçar a barra. As coisa precisam acontecer naturalmente, mas...O que fazer? Dá uma angústia ver o tempo passando. Jogo a farinha no ventilador? Ou, fico na minha mesmo, esperando o destino tomar conta?

Prezado anônimo, prmeiramente eu gostaria de lhe dizer que é sempre muito bom receber e-mails como o seu, vindos de pessoas experientes, mas que não se deixaram endurecer pela vida e que são capazes de se apaixonar e vivenciar sentimentos e emoções! Isso é verdadeiramente muio bacana! No entanto, eu te convido a "dar um tempo" dessa sua paixão platônica e tentar por alguns momentos, "colocar os pés no chão", para analisar friamente a sua situação. Vamos lá. Inicialmente observe que a paixão, como todos nós sabemos muito bem, nos leva a nos projetar no objeto de desejo, ou seja, este sentimento faz com que nos enxerguemos na pessoa amada, e por isso por si só a paixão é bastante perigosa na medida em que neste estado eu não consigo enxergar a pessoa como ela REALMENTE É, mas sim, COMO EU GOSTARIA QUE FOSSE. Então neste ponto, eu te recomendo um pouco mais de cautela e retorno a realidade. Tente enxergá-la com todos os seus defeitos, para que o seu grau de frustração não seja maior ainda. E já que falamos em perfeição, aproveito para lhe recomendar que você esqueça essa estória. Não existe ninguém perfeito, por mais maravilhoso que possa parecer. Somos falhos e limitados e a primeira lição que devemos aprender no sentido de nos prevenir de futuras decepções é exatamente essa. Ainda existe o ponto sensível nesta questão: ela tem namorado. Bem, neste caso, você tem duas alternativas: ou fica parado esperando uma oportunidade do destino (que talvez nunca virá) para se declarar, ou resolve de uma vez por todas "jogar tudo pro alto" e falar claramente sobre seus sentimentos. No seu lugar eu já teria colocado há muito tempo as cartas na mesa e acabado com essa angústia...Em relação ao que você vê no Facebook, não se esqueça que aquilo lá é uma grande vitrine de aparências e que nada do que se vê ali deve ser levado em consideração. A vida de um casal definitivamente só é testemunhada por eles e nem sempre o que é demonstrado em público corresponde à realidade. Quanto a idade, pessoalmente acho irrelevante, mas ainda assim é um ponto que requer atenção e uma certa observação, pois pessoas mais jovens as vezes precisam vivenciar coisas pelas quais já passamos e nem sempre estamos preparados para isso, na medida em que estamos envolvidos com as mesmas! Finalmente analise: Três anos já se passaram nesta espera. Pergunte para si mesmo se realmente deseja ainda perder mais três anos de sua vida aguardando uma chance do destino...preste atenção. Para terminar, reflita: Imagine quantas pessoas legais, interessantes e igualmente cativantes atravessaram o seu caminho ao longo deste tempo. Será mesmo que vale a pena ficar aguardando alguém durante tanto tempo assim??? Às vezes a felicidade é mais fácil do que imaginamos!

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Casar por consideração? Não!

Oi Fá! Namoro desde a adolescência uma pessoa muito especial: ela é bonita, meiga, companheira e carinhosa. Sempre foi uma excelente namorada. Começamos a namorar quando ela tinha 17 anos e eu 19. Nossas famílias se conhecem e se dão super bem. Meus amigos são amigos dela também e vice-versa. Estamos juntos há 9 anos. Sempre sonhamos com o casamento e filhos. Tivemos nossos altos e baixos, brigamos, separamos depois voltamos. Não foi nada grave. Não houve traição. Sempre fui atencioso e ela também. Nossos amigos nos consideram um "casal perfeito". Nos formamos e entramos para  vida adulta juntos. Somos ambos responsáveis e trabalhadores e agora trabalhamos e temos condições de formar um patrimônio e planejar nosso futuro de maneira concreta. Ela planeja um casamento,ocorre que eu estou sentindo que mudei. Me sinto estranho. Não existe ninguém, mas não me vejo casado. Ela está muito empolgada e eu finjo estar. Penso que se casar vou fazê-la infeliz, mas tenho medo de precipitar-me e estragar tudo. Eu queria viajar, curtir um pouco a vida. Talvez conhecer outras pessoas. Ela pensa em casar, ter filhos e comprar uma casa. Estou confuso e não sei o que fazer. Já pensei em terminar a relação, mas não posso arriscar tudo o que vivemos nesses nove anos por conta de uma ilusão. Por favor, me ajude e obrigado pelo blog!


Prezado anônimo, que situação complicada é essa a sua! Pelo visto você não é um homem irresponsável. Muito pelo contrário: a sua narrativa demonstra a sua preocupação em relação à sua mudança de atitude e os efeitos que isto pode ocasionar na sua vida e na vida da sua namorada. Eu posso imaginar a sua aflição. Você não quer magoá-la e destruir seus planos e aspirações, mas por outro lado, sente-se desestimulado e até despreparado para assumir o compromisso do casamento. Bem, eu tenho um conselho para você: Não case se tiver dúvida. Definitivamente, o casamento é um dos passos mais importantes na nossa vida e muito mais sério do que você possa imaginar. Para a mulher que sonha em se casar, nem se fala! É mais que uma união. É a verdadeira realização de um sonho! É por isso que não se deve casar simplesmente por consideração, pena ou medo de magoar, acreditando que depois do casamento as coisas melhorarão...grande engano! Depois que casam, os casais mudam, a rotina também e os desafios se tornam muito mais árduos. Nesse momento é importantíssimo que acima de tudo haja muito amor entre o casal, além de respeito e companheirismo. Porque um casamento só sobrevive enquanto existe amor entre o casal. Isso é fato. Em momento nenhum da sua narrativa você foi capaz de dizer que ama a sua namorada, e isso é um fator gravíssimo. Pode ser que você esteja necessitando de um certo distanciamento para avaliar seus sentimentos para depois tomar uma decisão. Pense nisso. Mas se optar por esse caminho e ainda assim perceber que nada mudou e que continua em dúvida, não case por casar. Além de ser uma grande irresponsabilidade para com o outro, denota imaturidade, desequilíbrio e até uma certa maldade. Assim, antes de tomar a sua decisão, reflita: ela vai sofrer de qualquer jeito nessa história, mas pelo menos não casando, terá a possibilidade de retomar a vida, sem ter que carregar o trauma de um divórcio prematuro ou de um casamento infeliz. Caso não haja outra saída senão o rompimento, não espere tornar-se amigo dela. Converse com calma e exponha os seus motivos. Não minta e não engane. Apenas seja transparente, delicado e compreensivo com as reações e o sofrimento dela. Boa sorte.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Para você que está com problemas


Para você que está com problemas, eu tenho uma coisa importante à dizer: você não é o único. Sim. Porque nesse momento que conheço muito bem você tem a impressão de que tudo aquilo que se passou aconteceu só com você nesse mundo. Mas não é bem assim: tem muita gente por aí sofrendo pelo mesmo motivo. Não se envergonhe. Não se sinta injustiçado por Deus. Inclusive, posso te afirmar: muita gente daria tudo o que tem para enfrentar o seu problema.

E não pense que está sozinho. Isso faz parte da vida e logo, logo vai passar. Pode ser difícil de acreditar nesse momento nisso que vou te dizer, mas daqui há um ou dois anos, você nem vai lembrar porque desperdiçou tanta energia durante esse período e terá que forçar a mente para lembrar o motivo deste desgosto. E dificilmente vai lembrar.

E tenha muito autocontrole neste momento. Procure não fazer nada do que possa se arrepender mais tarde, porque amanhã isso tudo será muito pequeno diante da fortaleza que vai ser erigida diante deste problema. Porque daqui há pouco você não se reconhecerá mais, justamente por ter mudado e amadurecido muito em razão desta barra.

Justamente porque o seu maior adversário hoje, será no futuro o grande catalisador da tua vida, que vai te lançar para frente e te fazer crescer. Pode acreditar, não duvide.

Porque o sofrimento antes de qualquer coisa é uma lição a ser aprendida. Só não se esqueça de que a dor tem ficar para trás, mas a lição que ela trouxe para a tua vida, não. Essa fica para sempre.

Por isso aproveite seu sofrimento. Sinta-o até o fim. Tente extrair dele todas as lições e aprendizado possível, porque após essa experiência dolorosa, você nunca mais será o mesmo.

Reforce a sua fé, dê uma guinada e mude a sua vida. Faça coisas que duvidava ter coragem e que agora, depois de tanto sofrimento, parecem ser ínfimas! Aproveite com sabedoria essa força que Deus te deu!

Chore o quanto quiser e não se preocupe com isso, porque uma coisa te digo: você não vai chorar para sempre. Tem uma hora que a vontade de chorar passa, parece até um milagre.

Mas não se esqueça: VAI PASSAR! Olhe para frente, levante essa cabeça, enxugue essas lágrimas, retome a sua vida e sinta-se privilegiado, porque em meio ao sofrimento, você ainda está aí, lendo esse texto e por mais que duvide,  cheio de vontade de viver!