sábado, 11 de agosto de 2012

Conversa de família


Sorte de quem tem uma família. Mas família mesmo! Estruturada, unida, com boas bases e bons exemplos, coisas muito difíceis de se encontrar hoje em dia, quando a televisão e a internet inevitavelmente acabaram por provocar abalos nas estruturas mais profundas deste grupo social. E quem trabalha com ensino sabe bem do que estou falando: a cada dia que se passa, parece que a família fica mais e mais enfraquecida, sem paciência para cuidar do “ninho” e de suas “crias”, motivo pelo qual, encontramos nas escolas e faculdades, seres simplesmente monstruosos que ainda se passam por crianças, adolescentes e adultos normais, aos olhos de famílias igualmente monstruosas e desestabilizadas pelos males do mundo moderno. É um grande desperdício de energia humana, além de potencial criatório de aberrações. Não é a toa que hoje se encontra por aí tantos exemplos de toda sorte de maluquice e coisas incompreensíveis acontecendo, refletidos numa completa inversão de valores, tão absurda que a gente já se confunde entre o que é certo e o que é errado, chegando ás vezes a nos sentirmos “ultrapassados”, por cultivarmos modos e valores que talvez hoje em dia, num mundo em que todo mundo queira “se dar bem” a qualquer custo, nem tenham tanta importância assim...que pena...!

Por isso eu repito: sorte de quem tem uma família equilibrada (mas ela existe?) rsrsrsrsrs!

Mas o que se faz quando essa estrutura começa a invadir a vida de um casal? Quero dizer: O que se faz quando a família de uma das partes ou de ambos, simplesmente não “se toca” e invade os limites da intimidade de um casal? Pior ainda: o que se faz quando ambos ou um dos dois não consegue “cortar o cordão umbilical” que o une à família, chegando ao ponto de ameaçar a paz do casal dentro ou fora da sua própria casa (isso quando conseguem sair de casa...)?

Eu não estou querendo dizer aqui que a união de duas pessoas implica necessariamente no afastamento das suas famílias, Deus me livre, longe disso! Até porque, nas relações  familiares é normal que haja uma cooperação entre os mesmos, sendo que é perfeitamente plausível que um sempre possa contar com o outro, sendo maravilhoso que o marido ou a esposa, assim como namorados também sejam bem-vindos e muito bem tratados pelas famílias dos seus respectivos pares, sentindo-se confortáveis e acolhidos pelos entes do seu companheiro ou companheira. Isso é o céu na terra, e só quem tem ou teve, sabe o valor de se ter boas relações com a família “do outro”!

O problema é que existem famílias que levam essas “boas relações”  longe demais, beirando o nível do insuportável. Para aqueles que vivem dramas familiares cotidianos, o que falo não é nem um pouco estranho ou engraçado: ter a sua privacidade e seus espaços invadidos, ter a sua opinião desconsiderada, ser alvo de críticas dentro da sua própria casa, ter a impressão de se sentir um eterno intruso nas reuniões familiares, ter que desenvolver um “jogo de cintura” além do normal para driblar além dos problemas cotidianos, a intromissão exagerada de sogros, cunhados, tios, primos, parentes e aderentes na sua vida, na sua casa e até na criação dos seus filhos!!!!

Nossa; e quantos exemplos vemos por aí! Quanta gente se separa por conta de rixas familiares, que tornaram impossível a convivência do casal!

Conheci um casal que tão logo se conheceram, o marido disparou: “Olha, eu aguento qualquer coisa, mas NUNCA fale mal dos meus pais!” Não sei, mas acho que a recomendação era dispensável, principalmente em se tratando de um começo de relacionamento, quando você está analisando, verificando, testando mesmo, as afinidades daquela pessoa, inclusive com amigos e familiares. Acho que nesse caso, quem deu atestado de loucura foi ele...!

Num outro casal conhecido a situação era diferente: ele simplesmente pedia a opinião aos pais a respeito de todas as decisões a serem tomadas pelo casal! TODAS!!! De uma simples compra de uma roupa à compra de um carro ou imóvel!!!  A gota d’água aconteceu no dia da compra das alianças (rsrsrsrsrsr), quando a noiva sugeriu que eles fossem SOZINHOS fazer essa importante escolha. Tudo seguido de muito stress e zanga...! E eles ainda comparam as alianças e casaram...PASMEM!!! 

Conheço ainda a história da esposa que grávida, resolveu deixar o marido sozinho durante toda a gravidez, na cidade onde ele trabalhava, para morar com os pais na sua cidade natal, que “achavam que durante a gravidez ela estaria melhor com eles”. Pois ela foi e logo, logo o marido arrumou uma namoradinha onde estava sozinho (claro!), e nunca mais voltou. Aliás, voltou só para registrar a criança, como faz um bom pai!

Poxa...é claro que precisamos ouvir os conselhos dos nossos pais! Ninguém nessa vida quer o nosso bem mais que eles, mas a partir do momento que nos unimos com outra pessoa, não é justo fazer dela, uma simples coadjuvante na nossa vida! A esposa, o marido, a namorada, o namorado, companheiro ou companheira, que está ao seu lado, tem o direito de se sentir importante, como de fato é, de ter o seu espaço, de ser respeitado e valorizado através da confiança que lhe é depositada, devendo haver um bom senso de todos para que exista o espírito de união entre a sua família e aquela pessoa que agora, é a figura principal da sua vida!

Ah, outra coisa que não pode ser desconsiderada: ninguém merece pagar pela família que tem. Isso é fato! Mas preste muita atenção na família do seu companheiro ou companheira. Observe os valores, problemas, como lidam com o dinheiro, a criação dos filhos e a forma como eles os tratam, bem como os seus companheiros. Tente entender a estrutura daquele grupo e desde cedo comece a se impor perante os mesmos. Não estou sugerindo comportamentos arrogantes, nem confusões, mas que apenas, caso você esteja planejando algo mais sério e duradouro, as coisas sejam claras desde o início, para que você não pareça uma pessoa maquiavélica, ardilosa ou traiçoeira, por isso lembre-se: você vai entrar na casa deles, mas, sobretudo, eles também entrarão na sua casa!

Assim, depois de alguns “causos” da vida real, termino esse post recomendando: Você casou, juntou, enfim, o que seja. A partir de agora você está construindo uma nova história. A sua vida mudou e SIM, é necessário e maduro saber fazer essa transição da maneira mais tranquila possível, demonstrando à sua família e à do companheiro ou companheira a importância que aquela pessoa tem na sua vida. Respeite-a, considere-a, pois é a partir dos seus exemplos e das suas atitudes que os demais irão tratá-la da mesma forma. Aprenda que ela não se trata de mero enfeite ou troféu e que de agora em diante, o peso da sua vida poderá ser dividido, assim como as alegrias, deverão ser também compartilhadas!

Procure ser uma pessoa sociável com as pessoas da família do seu companheiro(a). Trate-os bem, sem falsidades ou dissimulações. Seja genuíno, não querendo parecer algo que não é,  só para agradá-los. Lembre-se que esse personagem não resistirá por muito tempo, principalmente em meio às turbulências da vida cotidiana.

Aos poucos, vá baixando a guarda. Perceba que dentro de uma família, ninguém tolera gente excessivamente desconfiada ou ressabiada. Faça a sua parte para poder cobrar dos outros um comportamento semelhante. Plante boas sementes, cuide de quem cuida de você e seja feliz!





5 comentários:

Anônimo disse...

Eh amg isso é mesmo um fato e um problema pq, as vezes, uma familia se desfaz por causa dessas incompatilidades. Mas sabe q se formos analisar bem, em mts casos nem ha um motivo real e serio...apenas intolerância e falta de humildade de ambas ou só de uma das partes. Se nós, seres humanos, descomplicassemos mais a vida e agissemos menos na defensiva muitas brigas poderiam ser evitadas. E todos estariam mais felizes e satisfeitos. Adoro vc lady...pq és uma mulher de mt valor. Bj.

lulu disse...

Concordo com o comentário acima, na maior parte é a intolerancia que arrasa com tudo e as complicações q nós mesmos colocamos em nossas vidas.

Anônimo disse...

Em geral houve alguns avanços no tocante as diferenças do sexo, mas não creio que foi preponderante a revolução...
As muheres legitimamente tem muito a conquistar, embora essas conquistas estejam trazendo perdas também...A entidade familiar está perdendo seus valores, por conta das mulhres não serem como antigamente e ficarem menos com os filhos em função do trabalho, os casamentos duram pouco pelo mesmo motivo e pelo pé de igualdade que se criou, as mulheres cada vez mais estão engravidando mais tarde, isso acarreta gestações com mais riscos, infertilidade as vezes e maior o índice de doenças genéticas... Mas não julgo isso (apenas comento)...
Para a família, para as relações homem mulher e para a educação dos fillhos, acho que só houve perdas, agora se formos pensar na individualidade das mulheres aí sim houve ganhos....
No entanto Fa, as vezes tenho a impressão que não sabemos lidar com toda essa explosão de liberdade, não quero dizer que ainda deveríamos estar sob a batuta dos homens, mas sim que fomos burras e não sabíamos o que estávamos fazendo.
Nos sobrecarregamos, a maioria adotou a promiscuidade como exemplo de liberalidade e caímos no ridículo de nos comportarmos como os homens.... Me desculpe mas as vezes sinto que viramos um bando de PIRANHAS...

Unknown disse...

Prezada anônima,

eu creio que rotular as mulheres de "piranhas" é algo forte demais. Realmente existem algumas que são realmente bastante equivocadas e acabam se expondo em demasia e de certa forma, denegrindo a imagem da mulher na sociedade. Eu concordo com você quando coloca que muitas se perderam quando se viram livres, emancipadas e independentes, chegando inclusive a adotar um comportamento masculinizado e por vezes assustador. Mas de repente podemos fazer a seguinte reflexão: se compararmos o período em que permanecemos tolhidas e oprimidas, com o período que vem desde a revolução sexual, podemos dizer estamos apenas engatinhando, né? Quer dizer, somos como adolescentes que vivem emocionados com o doce sabor da liberdade...queremos fazer tudo, experimentar sensações, vivenciar situações e de certa forma, ainda que inconscientemente, fazer com que o homem, que permaneceu como carrasco nosso durante anos, experimente estar no nosso lugar, sentindo o que sentimos, na carne...! Que viagem...rsrsrsrs Mas realmente, tem cada uma...rsrsrsrsr

lulu disse...

concordo com a Fa, estamos só começando e piranhagem sempre existiu desde que o mundo é mundo rsrsrsr